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Ranking para funcionários internacionais mostra prós e contras de 4 cidades suíças

Do transporte de ponta na Basileia às dores de cabeça em Genebra, executivos e funcionários estrangeiros compartilham o que amam e odeiam sobre as quatro cidades suíças apresentadas no Expat City Ranking 2020.

Das 66 cidades da lista mais recente publicada pela InterNations na quinta-feira, a Basileia tem as melhores pontuações (24ª), à frente de Lausanne (28ª), Zurique (37ª) e Genebra (48ª).

O Expat City Ranking é baseado na pesquisa anual Expat Insider da InterNations, uma comunidade internacional para pessoas que moram e trabalham no exterior. Para a pesquisa, mais de 15.000 executivos e funcionários internacionais representando 173 nacionalidades e vivendo em 181 países ou territórios forneceram informações sobre vários aspectos da vida internacional.

Os participantes foram convidados a classificar mais de 25 aspectos da vida urbana no exterior. O processo de classificação enfatizou a satisfação pessoal dos entrevistados, dando o mesmo peso a temas emocionais e aspectos mais práticos. As classificações dos fatores individuais dos entrevistados foram então reunidas em várias combinações para um total de 13 subcategorias, e seus valores médios foram usados para elaborar quatro índices tópicos: Qualidade de Vida Urbana, Instalação no País, Vida Profissional Urbana, e Finanças e Habitação.

Esses índices foram ainda calculados como média para classificar 66 cidades em todo o mundo. Para que uma cidade fosse incluída no Expat City Ranking 2020, era necessário uma amostra de pelo menos 50 participantes da pesquisa por cidade.

(Fonte: InterNations)

As melhores cidades para esses trabalhadores internacionais este ano são Valência, Alicante, Lisboa, Cidade do Panamá e Singapura. Na retaguarda estão Nairobi, Milão, Seul, Roma e, em 66º lugar, Salmiya no Kuwait.

24° Basileia

Basel
Os entrevistados apreciam a facilidade com que podem circular pela Basileia. Keystone

Das quatro cidades suíças apresentadas na pesquisa, a Basileia é a melhor para a vida profissional urbana (13ª no total). Quase todos os entrevistados (97%) estão satisfeitos com o estado da economia local (contra 63% globalmente). Também ocupa a 13ª posição no índice Qualidade de Vida Urbana: 95% dos entrevistados estão satisfeitos com o sistema de transporte público (contra 66% globalmente), e 88% classificam positivamente o ambiente urbano (contra 65% globalmente). A Basileia tem um desempenho melhor do que a média no índice Finanças e Habitação (24º) – bem à frente de Zurique (41º), Lausanne (43º) e Genebra (60º). Um funcionário brasileiro que mora na Basileia lista “a segurança financeira e a facilidade de viajar” entre as coisas que ele mais gosta em sua vida no exterior.

No entanto, a Basileia aparece em 56º lugar no quesito Instalação no País, que é o segundo pior resultado para a Suíça nesta categoria. Além disso, a cidade está entre as dez últimas das subcategorias Sentir-se Bem-Vindo e Amigos & Socializar (57º para ambas). Muitos funcionários internacionais não se sentem em casa na Basileia (29% contra 21% globalmente) e têm dificuldade para se acostumar à cultura local (36% contra 21% globalmente). “Os habitantes locais não são abertos a novas amizades e é difícil fazer parte da comunidade local”, diz um funcionário venezuelano.

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28° Lausanne

Lausanne
Que tal um fondue em um teleférico antigo? Lausanne se sai bem por sua qualidade de vida urbana. Keystone / Jean-christophe Bott

Lausanne está entre as dez primeiras do índice Qualidade de Vida Urbana (7º) e é até mesmo a primeira no mundo na subcategoria Segurança e Política. Todos os entrevistados em Lausanne se sentem seguros, comparados com uma média global de 82%. Além disso, 90% também classificam positivamente a qualidade do ambiente urbano (contra 65% globalmente). Um funcionário dominicano diz que gosta mais da “segurança e das oportunidades econômicas” sobre a vida em Lausanne. De fato, 95% dos entrevistados se dizem especialmente satisfeitos com o estado da economia local (contra 63% globalmente).

A cidade tem um desempenho pior no índice Finanças e Habitação (43º): 61% dos entrevistados dizem que é difícil para os estrangeiros encontrar moradia (contra 27% globalmente). Além disso, apenas 17% dos entrevistados pensam que a moradia em Lausanne é acessível (contra 41% globalmente). “A moradia não é muito acessível e as agências imobiliárias são horríveis em toda a parte”, diz um funcionário italiano. Em contrapartida, Lausanne ocupa o 4º lugar na subcategoria Finanças, com 80% dos entrevistados da pesquisa satisfeitos com sua situação financeira (contra 61% globalmente). Mas isto não parece compensar inteiramente o alto custo de vida em Lausanne (51º), que 64% dos funcionários internacionais classificam negativamente (contra 36% globalmente).

37° Zurique

Zurich
Centenas de milhares de foliões participam da Street Parade de Zurique, no ano passado. Keystone

A maior cidade da Suíça fica em 37º lugar, mas é um dos destinos com pior desempenho em todo o mundo no índice Instalação no País (58º). Muitos expatriados não se sentem em casa em Zurique (30% contra 21% globalmente) e têm dificuldade de se acostumar à cultura local (42% contra 21% globalmente). Um funcionário holandês acha que a cidade cultiva uma “cultura rígida e fechada”, e um sul-africano não gosta da “cultura exclusivista” que torna “difícil de se encaixar”. Além disso, 60% dos entrevistados dizem que é um desafio fazer novas amizades (contra 33% globalmente) – a cidade está em 64º lugar para este fator, à frente apenas de Copenhague e Estocolmo. Zurique também ocupa a última posição no índice de Custo de Vida Local (61º).

Entretanto, Zurique tem um desempenho muito melhor no índice de Qualidade de Vida Urbana (11º), onde ocupa inclusive o 6º lugar nas subcategorias Transporte e Segurança & Política. Mais de nove em cada dez entrevistados (94%) se sentem seguros em Zurique (contra 82% globalmente). “O transporte também é ótimo, o que é uma grande vantagem se você não tiver carro”, diz um funcionário polonês. Na verdade, 94% dos entrevistados estão satisfeitos com o sistema de transporte público de Zurique, em comparação com 66% globalmente. Além disso, 91% classificam positivamente a economia local (contra 63% globalmente).

48° Genebra

Geneva
O complexo habitacional Avanchets, em Genebra, foi mal cotado pelos funcionários estrangeiros que procuram lugar para morar no cantão. Keystone

Quando se trata do índice Custo de Vida Local, somente Hong Kong tem um desempenho pior do que Genebra. Cerca de 81% dos funcinários internacionais avaliam negativamente o custo de vida local (contra 36% globalmente). “O custo de vida é muito alto e o franco suíço está muito supervalorizado, portanto as coisas custam muito mais do que custariam em qualquer outro lugar”, diz um funcionário americano. Não surpreende que a cidade também tenha um mau desempenho no índice Finanças e Habitação (60º), especialmente por causa de seus fracos resultados na subcategoria Habitação (63º). Cerca de quatro em cada cinco entrevistados da pesquisa (78%) consideram a habitação em Genebra inacessível (contra 41% globalmente), e 64% dizem que é difícil até mesmo encontrar uma moradia (contra 27% globalmente).

Enquanto Genebra também ocupa uma posição baixa no índice Instalação no País (49º), ela tem um melhor desempenho no índice Vida Profissional Urbana (31º) e no índice Qualidade de Vida Urbana (28º). Semelhante às outras cidades da Suíça, a maioria dos funcionários internacionais em Genebra (94%) classifica positivamente a estabilidade política (contra 61% globalmente). Um funcionário francês diz que “a democracia direta” é o que ele mais gosta em Genebra, e um do Canadá se diz feliz com as “boas pistas para bicicletas e excelente infraestrutura de transporte”. De fato, 89% dos entrevistados também estão satisfeitos com o sistema de transporte público da cidade (contra 66% globalmente).

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Adaptação: Fernando Hirschy

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