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Recorde suíço de prêmios Nobel científicos

Rolf Zinkernagel (Nobel 1996) e Albert Einstein (Nobel 1921) swissinfo.ch

Num momento em que a prestigiosa distinção completa 100 anos (dia 10), a Suíça continua sendo, em proporção a seus habitantes, o país com maior número de prêmios Nobel científicos do mundo.

A Suíça foi contemplada com 18 Nobel em ciências : 7 em medicina, 6 em física e 5 em química.

Mesmo não tendo recebido este ano distinção alguma, vigora o recorde constatado em estudo publicado em 1999 pela Universidade de Lausanne***. Assinado por Giovanni Busino, Isabelle Honorez e Ariane Miévielle, o estudo aborda unicamente os prêmios da área científica.

Um total de 24 prêmios Nobel

Não figuram na lista os 4 prêmios Nobel da Paz: um atribuído a Henry Dunant, fundador da Cruz Vermelha, em 1901, e três ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha, em 1917, 44 e 63.

Ficaram também excluídos os dois Nobel suíços de literatura: Carl Spitteler, em 1919 e, em 1956, a Hermann Hesse, primeiro escritor premiado depois da Segunda Guerra.

Há ainda outras agências internacionais contempladas instaladas na Suíça o que leva a um total de 24 prêmios Nobel.

“Centros de investigação como a Politécnica Federal de Zurique e o Centro Europeu de Pesquisas Nucleares, CERN, em Genebra, atraem pesquisadores de todo o mundo e produziram vários prêmios Nobel”, lembra Ariane Miéville quando explica a swissinfo os motivos do alto desempenho de cientistas suíços.

Investimentos e influência internacional

A co-autora do estudo acrescenta que “o investimento realizado pela Suíça no setor científico, sua presença constante nas zonas de influências científica internacional e a filiação pedagógica dos investigadores também contam para esses resultados”.

Figuram entre as áreas de atividade dos laureados suíços, física de precisão, física matemática, microscópico eletrônico e supracondutividade. Saindo da física para a química, eles atuaram em pesquisas sobre vitaminas, hormônios sexuais e ressonância magnética nuclear. E em fisiologia e medicina estão incluídos descobrimento do DDT, hormônios, bloqueadores sintéticos, enzimas, genética molecular e células do sistema imunizador.

O estudo da Universidade de Lausanne recorda que nos anos cinqüenta três suíços receberam o Nobel e nenhum nos anos sessenta. Desde então, dez foram recompensados. Nenhum recebeu recompensa no setor da economia, prêmio introduzido em 1968.

Premiados de origem estrangeira

Ariane Miéville lembra ainda que entre os 18 laureados e reconhecidos como suíços, há 6 que tinham outra também outra nacionalidade: “É claro que uma instituição como a Politécnica de Zurique atrai e atraiu pesquisadores do mundo inteiro, como Albert Einstein e Wolfgang Pauli, que não eram de origem suíça mas deram brilho à entidade”.

No mundo há pelo menos 10 mil distinções científicas. Entre elas somente umas 60 têm peso financeiro e gozam de confiança dos círculos científicos e da opinião pública. O Nobel – quase 1 milhão de dólares – é sem dúvida a mais prestigiosa.

Nobel preserva seu valor

Cerca de 200 personalidades que receberam o prêmio Nobel, entre as quais Rolf Zinkernagel, o mais recente laureado suíço (fisiologia e medicina, em 1996) e Jacok Kellenberger, presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha participam das cerimônias do centenário do prêmio, criado 5 anos depois da morte de Alfred Nobel, ocorrida em 10 de dezembro de 1896.

Um século depois e em meio a grandes mudanças do novo milênio, o Nobel, no setor da ciência, preserva seu valor, apesar de controvérsias. “No entanto – realça Ariena Miéville – não se deve esquecer que no Comitê que o atribui, os ex-premiados opinam sobre quem deva ser contemplado. Trata-se de uma influência que pode ser arbitrária e que não se deve considerar como método totalmente científico”.


***Notes et documents pour une histoire et une sociologie des prix Nobel scientifiques suisses. Institut d’anthropologie et de sociologie. Université de Lausanne, 1999.

Jaime Ortega

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