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Deputada suíça é presa com menores clandestinos

Lisa Bosia Mirra participa de uma delegação parlamentar que acompanha a situação dos imigrantes acampados em um parque na cidade de Como, na vizinha Itália Keystone

Uma parlamentar do cantão do Ticino, no sul da Suíça, e seu motorista foram presos na quinta-feira, acusados de ajudar quatro jovens imigrantes africanos a entrar ilegalmente no país a partir da Itália.

Lisa Bosia Mirra, deputada estadual do cantão do Ticino e fundadora do grupo de apoio aos refugiados Firdaus, foi presa em Stabio, no cantão de Ticino, região da Suíça de língua italiana. A parlamentar já foi liberada, confirmou a polícia e o Ministério Público do Ticino.

A polícia do Ticino acusa a deputada e um homem do cantão de Berna de 53 anos de ajudar quatro menores africanos a atravessar ilegalmente a fronteira com a Suíça em uma van. O motorista continua detido e um inquérito sobre imigração clandestina foi aberto.

Mirra, de 43 anos, estava em Chiasso, cidade suíça na fronteira com a Itália, participando de uma conferência de imprensa organizada na quarta-feira por ONGs preocupadas com a situação de várias centenas de migrantes barrados em Como, na Itália, desde julho, após a Suíça ter reforçado seus controles na fronteira.

Tapando a peneira

A fronteira da Suíça com a Itália tornou-se um ponto crítico na crise dos refugiados na Europa, com pessoas se acumulando ao longo da fronteira da Itália.

O ministro suíço Ueli Maurer defendeu o trabalho dos guardas de fronteira suíços, dizendo que os requerentes de asilo que tentam passar pela Suíça estavam sendo reenviados à Itália em conformidade com a lei.

As autoridades suíças culpam o acúmulo na fronteira italiana em razão do fluxo de imigrantes africanos que procuram uma passagem para países do norte da Europa, como a Alemanha. A maioria dos milhares de imigrantes que tentam chegar à Suíça através do Ticino está sendo barrada desde o início de julho.

Convenção internacional sobre os direitos da criança

A deputada estadual e outras ONGs, como a Anistia Internacional, criticam as autoridades suíças pelo tratamento dos menores não acompanhados que tentam entrar na Suíça através da Itália.

Elas exigem que as autoridades suíças esclareçam suas políticas, principalmente a questão das crianças que são enviadas de volta à Itália e impedidas de se juntar aos membros da família na Suíça.

A Anistia Internacional suíça afirma que o país está desconsiderando os direitos das crianças e adolescentes na fronteira.

A Anistia Internacional diz que as autoridades suíças são obrigadas a respeitar a convenção das Nações Unidas sobre os direitos das crianças, identificando corretamente os meninos e meninas desacompanhados – cada um dos quais tem o direito de pedir asilo na fronteira com a Suíça – e, em seguida, permitindo-lhes se reunir com suas famílias.

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