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Rei do pop morre em Los Angeles

Michael Jackson durante um show em Viena, dia 2 de julho de 1997. Reuters

Michael Jackson morreu quinta-feira à noite, aos 50 anos. Graças a "Thriller", o disco mais vendido de todos os tempos, ele ficará para a história da música popular.

Sua importância é comparada à dos Beatles e à de Elvis Presley.

Segundo o Los Angeles Times e o site internet especialista em celebridades TMZ, primeiro a noticiar a morte, Michael Jackson teve um ataque cardíaco em sua casa em Holmby Hills, bairro de residentes opulentos a noroeste de Los Angeles, onde ele havia alugado uma propriedade em janeiro último.

Ele foi transportado de ambulância ao hospital Ronald Reagan da UCLA (Universidade da Califórnia, em Los Angeles), não muito distante da residência.

Um dos irmãos mais velhos de Michael Jackson, Jermaine, falou brevemente à imprensa, no hospital. Lendo um comunicado, ele afirmou que os médicos tentaram reanimar seu irmão durante uma hora, mas não conseguiram. Abatido, ele também falou em “parada cardíaca.”

Antes de um retorno programado

A morte do “rei da música pop” ocorre quando o cantor havia programado seu grande retorno à cena neste verão em Londres, com uma série de shows. Desde que foi absolvido em um processo na Califórnia em 2005, acusado de pedofilia, Jakson vivia isolado do mundo, em Bahrein e Las Vegas.

No final de maio, organizadores haviam anunciado que a série de concertos marcados para Londres havia sido adiada, garantindo, entretanto, que isso “não tinha nada a ver” com a saúde da estrela, que havia sido alvo de especulações.

Dotado de uma voz imediatamente reconhecível, dançarino fora do comum, o artista era conhecido desde os dez anos de idade com o grupo “Jackson Five”, antes de passar progressivamente à estrela planetária, com álbuns como “Off The Wall” e principalmente “Thriller” em 1982.

Thriller, o disco mais conhecido

“Thriller” é o álbum de todos os superlativos. O número de discos vendidos é controverso porque não existe um cálculo mundial oficial. A gravadora Epic (Sony Music) falou durante muito tempo em 104 milhões de exemplares. Mas vários especialistas consideram esse número exagerado e falam de vendas entre 50 e 60 milhões.

Reeditado no ano passado por ocasião dos 25 anos do lançamento, “Thriller” ficará sem dúvida como o álbum mais vendido de todos os tempos: a crise que atinge a indústria do disco parece excluir futuramente vendas de discos nessas proporções.

O álbum ganhou discos de platina e de diamante em 16 países, entre eles, no Reino Unido, França e Japão. Das nove canções, sete saíram em “singles”. Em um deles, “Billie Jean”, Jackson criou o famoso passo “moonwalk”, em maio de 1983, em um programa de televisão comemorativo dos 25 anos da gravadora Motown, especializada em música negra e que havia lançado Jackson em 5 de maio de 1968, tendo Diana Ross como madrinha.

Um comportamento estranho

A partir dos anos 1980, o enigmático Jackson começou a manifestar sinais físicos e comportamentos estranhos que, além do fenômeno musical, tornou-se um fenômeno social.

Em 1993, sua imagem de excêntrico refugiado em um rancho na Califórnia, batizado “Neverland” em homenagem a Peter Pan, foi deteriorada através de uma primeira queixa de um adolescente de 13 anos, que o acusou de ter feito “carícias sexuais”. O caso foi resolvido através de um acordo de 23,3 milhões de dólares.

Em 2003, a estrela contou em um documentário britânico que gostava de dormir, em toda inocência, com garotos. Foi novamente atacado na Justiça e totalmente inocentado em junho de 2005. O processo permitiu saber mais sobre Neveland; soube-se então que Jackson possuía armaduras medievais e estátuas de super-heróis. Em sua biblioteca havia edições da Bíblia e clássicos franceses.

Desde então, entre estilo de vida suntuoso e inatividade artística, a fortuna de Jackson se diluiu, obrigando o cantor, em 2006, a reestruturar uma dívida de 170 milhões de dólares, segundo a imprensa norte-americana.

O mundo de luto

De seu produtor histórico Quincy Jones, “totalmente abalado”, à cantora Madona que “não pode parar de chorar”, o mundo do espetáculo faz uma homenagem unânime a “uma das figuras mais influentes e emblemáticas da indústria musical”, segundo as palavras do governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger.

As homenagens também chegam de governos estrangeiros: o ministro britânico das Relações Exteriores, David Miliband, afirmou em uma mensagem na rede social Twitter: “jamais alguém subiu tanto para cair depois tão baixo. RIP (repouse em paz, ndr) Michael”.

No Japão, onde a popularidade de Jackson era enorme, vários ministros manifestaram sua tristeza. Enquanto todas as televisões dos Estados Unidos apresentam edições especiais, do lado de fora do hospital, centenas de admiradores, alguns com camisetas impressas para a ocasião, com uma foto do ídolo, se reuniram quinta-feira à tarde. As mesmas cenas são vistas do outro lado do país, diante da legendária sala de concertos Apollo, no Harlem, em Nova York.

swissinfo.ch (com agências)

1991: álbum “Dangerous”, 21 milhões de exemplares vendidos.

1997: a estrela faz duas shows na Suíça. Um no estádio olímpico de Lausanne, outro no estádio St-Jakob, em Basileia.

2001: álbum “Invincible”: 2,1 milhões de exemplares vendidos.

2006: em 16 novembro, ele sobe pela primeira vez em um palco depois de nove anos de ausência, por ocasião dos World Music Awards. Ele saiu vaiado antes de poder terminar de cantar “We Are The World”.

2009: em 5 de março, ele anunciou uma série de concertos em Londres, confirmando seu retorno à cena. Morreu quase quatro meses depois, em 25 de junho de 2009, em Los Angeles.

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