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Rejeição de ex-presidente pelo COI é “tapa na cara”

A rejeição de Ogi foi amplamente comentada pelos jornais suíços Keystone

A não eleição de Adolf Ogi, ao Comitê Olímpico Internacional é considerada uma humilhação para o ex-presidente suíço, atualmente assessor do secretário geral da ONU. Ogi paga também o preço da representatividade excessiva da Suíça no movimento olímpico.

Os termos « tapa na cara » aparecem com freqüência nos comentários sobre o voto negativo do Comitê Olímpico Internacional, em Moscou, na segunda-feira. Na ocasião foram eleitos 6 novos membros, inclusive Juan Antonio (Juanito) Samaranch Junior. Juanito é filho de Samaranch, que presidiu durante 21 anos o COI e deixou o cargo na segunda-feira quando foi eleito seu sucessor, o médico belga, Jacques Rogge.

Dos 7 nomes submetidos à votação, Ogi foi o único rejeitado pelo Comitê. A justificativa apresentada foi que a Suíça já tem cinco membros do COI, entre eles Sepp Blatter, presidente da FIFA. A esse respeito, depois do voto, um dos outros membros suíços, René Fasel, lembrou que a China e a Índia juntas têm apenas 3 representantes. (O da Índia foi eleito agora em Moscou).

Em comentário sobre a votação na terça-feira, 17/7, o jornal Tages Anzeiger, de Zurique, escreve: “Um sexto suíço, era demais”. O 24 Horas, de Lausanne, também alude ao excesso de representação do país, afirmando que o voto não era dirigido contra a pessoa de Adolf Ogi (atual assessor para Esportes de Kofi Annan, secretário geral das Nações Unidas): “O COI está tentando redistribuir as cartas de maneira mais equilibrada entre os grandes países”..

Estimando igualmente que o excesso de suíços no COI pesou na votação, o Le Matin, de Lausanne, realça: “Era muito mais fácil descartar Ogi que Juanito, filho do marquês” (Samaranch).

Alguns comentaristas estimam também que o ex-presidente Ogi foi um tanto ingênuo e precipitado. Acham que devia ter esperado o ano que vem (quando da demissão de um dos representantes suíços do COI, que conta atualmente 128 membros) para se candidatar. Estimam também que não bastava o apoio de Juan Antonio Samaranch.

E como escreve o Tribuna de Genebra: “Quando se quer ser eleito no meio de tantas víboras, é preciso uma pele dura como um cristal de Kandersteg” (cidade natal de Adolf Ogi).

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