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Alemanha gravou pelo menos uma conversa de Kerry, diz revista

BERLIM (Reuters) – A agência de inteligência internacional da Alemanha (BND) gravou pelo menos uma conversa telefônica realizada pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, disse uma revista alemã, potencialmente constrangendo Berlim, que repreendeu Washington por sua vigilância.

     A revista Der Spiegel citou fontes anônimas dizendo que os agentes de segurança da BND interceptaram palavras de Kerry quando ele estava no Oriente Médio negociando entre israelenses, palestinos e países árabes no ano passado.

Em Washington, a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Laura Seal, disse em um e-mail sobre a reportagem da Spiegel: “Nós nos recusamos a comentar”.

     A gravação de pelo menos um dos telefonemas de Kerry parece ter sido imediatamente excluída, disse a revista em uma cópia da do artigo antes de sua publicação.

Na sexta-feira, a imprensa alemã informou que os agentes de segurança alemães espiaram conversas da antecessora de Kerry, Hillary Clinton, quando ela era secretária de Estado e que a fita não foi removida imediatamente.

A Spiegel disse que o telefonema foi feito em 2012 entre Hillary e o ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que recentemente havia retornado de negociações na Síria e queria informá-la sobre isso.

Tanto o governo alemão quanto um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca se recusaram a comentar na sexta-feira.

A revista citou fontes de segurança não identificadas ao dizer que várias autoridades norte-americanas tinham sido interceptadas pela BND ao realizarem chamadas telefônicas via satélite em um avião, mas que estas interceptações que não foram intencionais e sim uma “captura acidental”.

Um porta-voz da BND disse à Reuters na Alemanha que não estava espiando os telefones de países aliados país e disse que os Estados Unidos não eram um alvo.

“As gravações acidentais são apagadas imediatamente”, acrescentou.

Um porta-voz do governo alemão disse que cabe ao comitê de acompanhamento parlamentar lidar com as acusações.

(Por Michael Nienaber, reportagem adicional de Bill Trott)

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