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EUA dizem que Irã contrabandeou armas para guerrilha libanesa

Por Patrick Worsnip
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) – Os Estados Unidos acusaram na terça-feira o Irã de contrabandear armas para guerrilheiros libaneses, endossando a suspeita levantada por Israel ao apreender um navio no Mediterrâneo na semana passada.
A Grã-Bretanha também manifestou preocupação com o que Israel disse ter sido a descoberta de centenas de toneladas de armas no navio, que seriam enviadas através da Síria para o grupo xiita libanês Hezbollah, que combate Israel.
O embaixador sírio na ONU, Bashar al-Ja’afari, qualificou as acusações israelenses de “uma ultrajante mistura de mentiras”, e acusou o Estado judeu de praticar pirataria ao apreender a embarcação Francop, com bandeira de Antígua. O Irã também já havia rejeitado as acusações.
A acusação dos EUA foi feita numa reunião a portas fechadas do Conselho de Segurança da ONU, mas diplomatas disseram que de imediato não se espera nenhuma medida do Conselho. O caso, no entanto, deve ser submetido a uma comissão encarregada de monitorar o cumprimento de uma resolução que proíbe exportações iranianas de armas.
Israel protestou formalmente na ONU contra o suposto envio de armas. Autoridades disseram que o arsenal apreendido seria suficiente para um mês de combates do Hezbollah. A carga estaria em pelo menos 40 contêineres que faziam o trajeto Egito-Síria, segundo as autoridades.
Um funcionário norte-americano disse que o embaixador dos EUA na ONU, Alejandro Wolff, apontou no caso uma “violação da resolução 1.747, (com) evidência inequívoca de uma proliferação desestabilizadora de armas na região”.
O embaixador-adjunto da Grã-Bretanha, Philip Parham, manifestou a “seriíssima preocupação” de Londres com o caso, mas disse que por enquanto há apenas uma “sugestão de que o Irã tenha sido apanhado exportando armas ilegalmente”.
A representante libanesa, Carolina Ziadeh, criticou um novo relatório do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, por ter supostamente minimizado violações israelenses a resoluções da ONU, como ao fazer voos de vigilância sobre o Líbano, e por ter dado mais ênfase a disparos feitos na fronteira por guerrilheiros libaneses.
O coordenador especial de Ban para o Líbano, Michael Williams, negou que o relatório fosse desequilibrado. “Pedimos ao governo israelense para parar todas as suas violações do espaço aéreo libanês. Não sei quantas vezes posso dizer isso, mas se vocês quiserem posso dizer diariamente”, disse Williams a jornalistas.
Israel diz que os sobrevoos são necessários para a sua segurança.

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