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Oposição de Moçambique rejeita resultado parcial de eleição

Por Charles Mangwiro
MAPUTO (Reuters) O principal partido de oposição de Moçambique, o Renamo, rejeitou na terça-feira os resultados parciais das eleições presidencial, parlamentar e provincial realizadas na semana passada, acusando o governista Frelimo de inundar as urnas com cédulas a seu favor.
De acordo com dados divulgados no domingo, o Frelimo se encaminha para uma estrondosa vitória nas eleições, o que lhe permitirá mudar a Constituição de acordo com seu interesse e propiciará um segundo mandato ao presidente Armando Guebuza.
O candidato do Renamo, Afonso Dhlakama, está com 15 por cento dos votos na disputa presidencial. Em terceiro lugar aparece Davis Simango, líder do novo Movimento pela Mudança Democrática (MMD), com 10 por cento.
A porta-voz do comitê eleitoral do Renamo, Ivone Soares, disse que a eleição presidencial, parlamentar e provincial de 28 de outubro foi fraudada. Ela acusou autoridades da comissão organizadora das eleições de distribuir cédulas extras para membros e partidários do Frelimo, o que lhes permitiu encher as urnas de votos a seu favor.
“Esse tipo de fraude mostra que as eleições não foram livres nem transparentes”, disse Soares.
O MMD, surgido de uma cisão no Renamo, o antigo grupo rebelde que atualmente é o principal partido de oposição, aparecia logo atrás de Guebuza até que muitos de seus candidatos foram impedidos de disputar a eleição por causa de irregularidades no registro. Essa decisão levantou dúvidas sobre a honestidade da votação.
Guebuza, um empresário milionário, tem acolhido mais investimentos no país, que tem grande potencial turístico e reservas inexploradas de energia e minérios, as quais começam a atrair empresas estrangeiras, especialmente da vizinha África do Sul.
Embora os investidores provavelmente recebam bem uma vitória de Guebuza, ele enfrenta crescente pressão para satisfazer uma nova geração de eleitores.
Apesar de Moçambique ser um dos países mais pobres da África, seu potencial econômico vem crescendo. Guebuza diz que vai simplificar a legislação relativa a investimentos, reduzir a burocracia e pressionar pela liberalização do mercado. Mas ele enfrenta crescente pressão para criar mais empregos e habitação.
O porta-voz do Frelimo, Edson Macuacua, disse que a eleição foi justa e as acusações mostram como o Renamo está “perdido e desesperado”.
Estas foram a quarta eleição multipartidária desde o fim da guerra civil, em 1992, e os observadores disseram que de modo geral ela foi bem conduzida.

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