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Otan não está preparada em caso de ameaça da Rússia, diz comitê britânico

Presidente russo, Vladimir Putin, conversa com prefeito de Moscou, Sobyanin, no Kremlin. 31/07/2014 REUTERS/Mikhail Klimentyev/RIA Novosti/Kremlin reuters_tickers

Por Kylie MacLellan

LONDRES (Reuters) – A Otan não está preparada para a ameaça de um ataque russo a um de seus Estados-membros, disseram parlamentares britânicos nesta quinta-feira, pedindo que mais equipamentos e tropas sejam posicionados nos Estados bálticos, os quais, segundo eles, estão particularmente vulneráveis.

O Comitê de Defesa do Parlamento britânico disse que os eventos na Crimeia e no leste da Ucrânia revelaram “deficiências alarmantes” na preparação da Otan e deveriam ser encarados como um “despertador”.

A aliança militar aumentou os exercícios no leste da Europa desde que a Rússia anexou a península da Crimeia, que antes era da Ucrânia, em março. A Ucrânia não é membro da Otan.

A Polônia, vizinha da Ucrânia e membro da Otan, disse querer que a aliança tenha tropas permanentemente estacionadas na região como garantia contra intervenção russa. Mas a maioria dos membros da entidade estão relutantes em fazer isso por causa do custo e do risco de maior antagonismo ao Kremlin.

A Grã-Bretanha e a Otan têm estado focadas em guerras contra insurgências no Iraque e no Afeganistão, e uma reforma radical é necessária para que se seja capaz de responder às atuais ameaçadas, declarou o comitê.

“A Otan tem sido muito complacente sobre a ameaça da Rússia, e não está bem preparada”, disse Rory Stewart, presidente do comitê, composto por parlamentares tanto dos partidos Conservador e Liberal-Democrata, governistas, quanto do Partido Trabalhista, de oposição.

“A instabilidade na Rússia, a visão de mundo do presidente Putin e o fracasso do Ocidente em responder ativamente na Ucrânia significa que agora temos que tratar urgentemente da possibilidade, embora pequena, de que a Rússia repita tais táticas em outros lugares”, disse.

O relatório do comitê disse que a cúpula da Otan no País de Gales, em setembro, deveria fechar acordos sobre planos para posicionar equipamentos nos Estados bálticos –Estônia, Lituânia e Letônia– para uma contínua presença de tropas da Otan para treinamento na região e para exercícios incluindo representantes de todos os 28 Estados-membros.

O comitê também disse que a aliança precisa estar melhor preparada para lidar com táticas pouco convencionais, como ciberataques, guerra de informação e milícias irregulares.

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