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Roubo de carros à mão armada aumenta na Suíça

VW GTi - aqui modelo 76 - um dos preferidos dos ladrões Keystone Archive

Dispositivos anti-roubo resultaram em diminuição dos roubos "clássicos", mas surgem novas formas de delinqüência: o roubo à mão armada.

Dono de seguradora acha que os automobilistas suíços são muito ingênuos.

O jornal “Le Matin” de Lausanne publicou nesta semana (dia 9/10) matéria de duas páginas sobre “o seqüestro de carros em plena rua”, fenômeno que a Suíça, ainda um oásis de tranqüilidade em relação a grandes metrópoles, praticamente desconhecia.

Sinal dos tempos: ainda em setembro, o tenista suíço Marc Rosset – o mesmo que acaba de jogar e perder contra Guga – foi assaltado na rua, em Genebra, onde mora. O ladrão estava interessado no seu telefone celular e principalmente no veículo: um moderno carro esportivo alemão, de 350 cavalos.

Dispositivos ajudam



O jornal lembra que o crescente desempenho de dispositivos modernos fez com que os roubos de carros diminuissem 15%. Estatísticas federais confirmam que, nos últimos dez anos na Suíça, os roubos de carro em geral caíram quase pela metade: de 104 mil em 1991, baixaram para 64 mil em 2001.

Se é verdade que os sistemas óticos e acústicos contra roubo estão ultrapassados – e basta lembrar que os alarmes disparam facilmente e não assusta mais ninguém – mesmo assim dissuadem um pouco os ladrões que não dispensam a discrição.

Os carros mais modernos dispõem de códigos sofisticados que dificultam roubo e venda do veículo. Existe mesmo um dispositivo que permite parar o veículo à distância e localizá-lo pelo sistema GPS. Mas é preciso que o roubo seja constatado rapidamente. Em suma, “sistema anti-roubo ideal não existe”.

Astúcia

Verificando a dificuldade de “trabalhar” nesse setor, os ladrões, que apreciam em particular as limusines alemãs, verificaram que o melhor meio é o seqüestro puro e simples do veículo, pela simples agressão, ou uso de astúcia para roubá-lo.

O exemplo, que brasileiros dos grandes centros urbanos conhecem bem, é o incidente ou acidente simulado. (Pequena confusão em ônibus, por exemplo, resulta em geral em desaparecimento rápido de carteiras).

Em caso de acidente simulado, uma vez que o motorista sai do carro, sem a precaução de tirar a chave da ignição, o veículo desaparece, conduzido para alguém que só esperava essa chance…

Michel Droux, especialista de seguradora suíça (Vaudoise Assurances), conhece bem os truques utilizados pelos ladrões de carro. Ele também sabe das negligências típicas dos motoristas suíços, que ele qualifica de “ingênuos”.

E o especialista parece mesmo ter razão. É ainda importante o número de motoristas no País que nem sequer se dão o trabalho de fechar o carro quando o estacionam.

swissinfo/J.Gabriel Barbosa

Os suíços estão pouco habituados a adotar atitudes de precaução que os motoristas da França, Itália e Espanha adotaram há muito tempo.

Alemanha e Austria enfrentam outro problema: tráfico de carros roubados com destino ao Leste Europeu.

Furtos em carro visam principalmente bagagem, roupas, rádios e até sistema GPS.

Quanto aos acessórios são mais visados: rodas de alumínio, “spoilers” e faróis.

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