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Saudade é o golpe mais duro

A maior dificuldade, para Alex, é a saudade. swissinfo.ch

Alex João da Silva, cuiabano de 20 anos, foi cedido por uma temporada ao Xamax.

Mas espera ter chance de jogar em clubes mais prestigiosos.

Alex veio do Boca Junior, um mês antes do começo do campeonato suíço, iniciado em começos de julho. No Xamax de Neuchâtel virou “da Silva” (com a preferência que dão os europeus aos sobrenomes na definição dos integrantes das equipes).

Oportunidade

Nascido em 1982 em Cuiabá, capital do Mato Grosso, no oeste brasileiro, Alex acabava de completar 20 anos quando desembarcou em Neuchâtel, cidade situada no oeste suíço, perto fronteira francesa.

Chegou quase por acaso. Em torneio reunindo no mês de maio em Zurique, Boca Junior, Grêmio, Lazio, Manchester e seleção coreana – torneio vencido pela equipe argentina – o treinador do Xamax se interessou pelo jogador, o que deu início a essa virada na sua carreira

trunfo

Alex não conhecia nada do futebol suíço e não podia sequer citar o nome de uma equipe do País. Mas profissionalmente não encontrou muita dificuldade em entrosar-se no clube: “mesmo se aqui se joga sem pressão, diz ele, prevalece o futebol-força, como no Boca: muita força e pouca técnica”.

O jogador acha que pelo fato de se ter firmado bem na Argentina seu jogo hoje é forte, “com muita pegada, muita marcação”, provavelmente um trunfo a mais no Xamax, na sua posição de volante.

Saudades

Do ponto de vista pessoal, nem tudo foi cor de rosa. Pelo menos no início, a saudade apertou forte num país estranho, diferente, em que a comunicação não é uma qualidade evidente do povo. O desconhecimento da língua – francês no caso – tornou-se obstáculo adicional..

A solidão foi tanto mais dura porque ele deixara a mulher e um filho recém-nascido na Argentina.

Alex está consciente, porém, que “para adaptar-se ao sistema daqui precisa certo tempo” e não se dispensam sacrifícios. Sacrifícios que podem compensar alguém, como ele, que espera “subir de degrau em degrau” e possivelmente chegar a um clube mais prestigioso. Mas sabe que isso “vai depender muito de seu desempenho”. Se não der certo, quer voltar para o Boca Junior.

Etapas de sua carreira

Na equipe Argentina, Alex da Silva já atuou dois anos, período mais que suficiente para misturar palavras espanholas em sua fala. Mas ele começou cedo: aos 15-16 anos já estava no Palmeiras, em São Paulo.

Aos 17 teve convite para jogar na China. Mas a concretização da proposta seria só aos 19 anos. Não agüentou esperar. Apareceu uma oportunidade no Boca Junior e ele se mandou para a Argentina. “E lá, confessa, me firmei bem”.

Se as perspectivas não forem boas na Europa, lá a porta está aberta para ele e “da Silva” volta a ser novamente “Alex”.

Swissinfo,J. Gabriel Barbosa

– Nome: Alex João da Silva.

– Natural de Cuiabá (1982).

– Clube de formação: Palmeiras-SP.

– Clube precedente: Boca Juniors (Argentina).

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