Sepp Blatter dá a volta por cima
O presidente da FIFA, ameaçado ainda há duas semanas com queixa judicial por "gestão desleal", assiste tranqüilamente à Copa do Mundo e reforça sua posição.
Ainda em maio, havia quem acreditasse que Sepp Blatter nem fosse reeleito para novo mandato de 4 anos como presidente da FIFA. Dia 29 de maio, em Seul, ele foi confortavelmente confirmado no cargo e, com a Copa, tudo parece esquecido.
A lembrar-se
A gestão de Blatter já começara a ser criticada com a falência ISL-ISMM, empresa que comercializava os direitos de transmissão da Copa. Falência que deixou um rombo de 300 milhões de dólares.
A situação complicou-se em abril, quando o secretário geral Michel Zen-Ruffinen publicou longo relatório acusando o patrão de “malversações financeiras”.
Com as perspectivas da eleição à presidência da entidade, os adversários do Blatter queriam dar a estocada final: cerca de 20 dias antes da (re)eleição em Seul, 11 dos 24 membros do Comitê Executivo da FIFA deram queixa judicial contra o presidente.
Mas Sepp Blatter foi reeleito e conseguiu uma curiosa pacificação da “família do futebol”: os adversários retiraram a queixa judicial, Zen-Ruffinen sai do cargo (depois de uma gorda indenização avaliada em 2 milhões de francos suíços) e tudo ficaria mais ou menos como antes.
De novo prestigiado
O presidente da FIFA beneficia-se do efeito Copa do Mundo que apagou brigas na direção da entidade, sediada em Zurique. Blatter pode continuar seu “reinado” e beneficiar-se de um cargo que lhe vale muitas honras.
Depois de superar os assovios por ocasião da abertura da Copa, de apelos considerados “demagógicos” de reconciliação, o presidente da FIFA vive honras de chefe de Estado.
Em função de seu cargo encontrou-se por exemplo com o presidente da Coréia do Sul, com o primeiro-ministro do Japão e o príncipe Takamodo.
Imagem
Cada vez que se desloca um cortejo de pelo menos cinco carros acompanha Blatter que dispõe de um avião particular, oferecido pela FIFA, para seus deslocamentos a diferentes estádios em que se disputam partidas do Mundial.
Por ocasião das partidas, antes do hino nacional, costuma ir cumprimentar os jogadores. A esse respeito não passou despercebido o simpático abraço que deu em Ronaldo antes do jogo Brasil x Turquia. Um Ronaldo que voltou pra valer à competição.
Vale reconhecer que Sepp Blatter tem o dom da comunicação, fala vários idiomas fluentemente, e, é claro, sabe cuidar de sua imagem. E, se preciso, retocá-la.
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