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Site permite cliente fabricar seu próprio chocolate

Os fundadores procuravam encontrar um conceito único para conquistar um nicho rentável. myswisschocolate.ch

Uma empresa recém-criada na Suíça acaba de lançar uma nova forma de comercializar chocolate caseiro.

Os produtos são criados com ajuda de uma comunidade virtual, cujos membros é que inventam as receitas.

Myswisschocolate.com oferece vouchers para membros do novo clube e mais créditos, que podem ser convertidos em chocolate na introdução de amigos. Além disso, clientes recebem também crédito de dez por cento das compras feitas pelos amigos convidados.

“Se você tiver um número suficiente de amigos, dá para comer chocolate gratuitamente pelo resto da sua vida”, explica o cofundador da empresa, Sven Beichler, à swissinfo.ch.

Sem surpresa, a comunidade online não teve escassez de interessados nas últimas semanas desde que foi lançada. Quatrocentos consumidores originados de 15 diferentes países abriram suas contas virtuais de chocolate nessa empresa capaz de produzir até 4.500 barras por dia.

Os consumidores podem compor suas próprias barras de chocolate personalizadas na internet. Eles começam escolhendo o tipo de chocolate – que será o sabor de base – e depois uma variedade de aditivos como especiarias, frutas secas e castanhas – ou até mesmo pitadas de ouro real – para misturar uma composição individual.

A decoração poderá até incluir a opção de baixar uma imagem de si próprio e tê-la colada na criação final (a barra de chocolate) em papel de açúcar.

Ouro e fotos

A pequena empresa se vangloria em seu site que os chocolateiros iniciantes podem escolher até 200 milhões de combinações de ingredientes para realizar sua própria criação.

Como a Suíça já é um país onde não faltam mestres chocolateiros, Beichler e o cofundador Christian Philippi precisaram encontrar um conceito único para conquistar um nicho lucrativo do mercado. Na realidade, o conceito de produção em massa de mercadorias personalizadas veio antes de eles terem decidido pelo chocolate.

“Pensamos em queijo, canivetes suíços ou relógios, mas esses são produtos fáceis de produzir. Então rapidamente chegamos ao chocolate, pois nós dois temos experiência na indústria alimentícia”, revela Beichler.

Após consultoria da Academia do Chocolate Suíça, a empresa de chocolate artesanal foi fundada em abril. Cinco meses depois seus criadores juntaram à ideia o conceito da comunidade virtual.

Beichler afirma que Myswisschocolate é a única empresa helvética a oferecer produção em massa de chocolate personalizado. Seus produtos garantiriam também uma variedade maior do que a dos concorrentes espalhados pelo mundo.

Esse tipo de produção não é um novo fenômeno, como explica o Instituto Gottlieb Duttweiler, especializado na pesquisa de novas tendências no mercado.

Novas tendências

Fabricantes se simpatizaram com o conceito há dez anos e, hoje, um grande número de mercadorias personalizadas está disponível como jeans, sapatos, veículos, móveis, cosméticos, perfumes e até Iphones.

Produtos alimentícios também receberam uma atenção pessoal com consumidores capazes de criar seus próprios coquetéis, iogurtes, hambúrguer e, obviamente, chocolates.

“Essa é uma linha de negócios bem sucedida, pois as pessoas não querem mais fazer parte das massas”, avalia Karin Frick, do Instituto Gottlieb Duttweiler. “Os consumidores querem ser especiais e ter algo que os faz destacar dos outros.”

Além disso, avanços no setor de fabricação através de sistemas computadorizados de robótica fazem com que o ser diferente não signifique custos maiores, sobretudo em relação aos produtos convencionais da indústria.

A presença online da Myswisschocolate e sua comunidade virtual trazem mais conforto ao processo de criação e encomenda de chocolates, acrescenta ainda o pequeno empresário.

“Se a ideia de um chocolate singular surgir na cabeça de alguém enquanto ela está no trabalho ou dentro do trem, ela pode fazer seu pedido através do computador ou do próprio Iphone”, explica. “A tendência da individualização está se tornando cada vez mais forte.”

O conceito do clube virtual do chocolate também serve a um propósito de negócio mais prático. “Como firma iniciante não temos muito dinheiro para gastar em marketing”, afirma Beichler. “Clientes é que convidam seus amigos e promovem nossos produtos através da plataforma.”

As vendas de chocolate suíço caíram 5,9% no último ano, a primeira queda em volume nos últimos seis anos.

As vendas baixaram de 174.109 toneladas em 2009. O volume de negócios sofreu uma queda de 6,4% para 1,7 bilhões de francos de acordo com os números publicados pela Associação Suíça de Fabricantes de Chocolates (Chocosuisse).

Da produção total, 60,7% do chocolate suíço foi exportado (60.3% em 2008).

A baixa deve-se à crise econômica mundial, sobretudo a queda nos números do turismo e na valorização do franco suíço.

Cada suíço come, em média, 11,7 quilos de chocolate por ano. Os suíços são os maiores consumidores per capita de chocolate no mundo.

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