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Bush quer unificar luta contra dinheiro do terror

G7 já havia apoiado swissinfo.ch

Os Estados Unidos lançaram apelo a seus aliados para que padronizem normas de combate a lavagem de dinheiro por terroristas. É conseqüência dos atentados de 11 de setembro.

Abrindo em Washington a primeira reunião de urgência do GAFI – Grupo de Ação FInanceira sobre Lavagem de Capitais – o secretário norte-americano do Tesouro, Paul O’Neill, preconizou desmantelamento dos circuitos financeiros que permitem a grupos terroristas como Al Qaida, d’Ousama Bem Laden, operar mundo a fora.

Paul O’Neill solicitou aos membros do GAFI que adotassem “normas internacionais visando combater o financiamento dos grupos terroristas”, insistindo na generalização dessas normas a todos os países”.

Normas até fevereiro

O secretário norte-americano do Tesouro – posto equivalente a ministro das Finanças e Economia – tomou a palavra diante de cerca de 300 participantes reunidos em grande hotel de Washington, representantes dos países membros e diversas organizações internacionais como Interpol, OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico), Conselho de Cooperação do Golfo ou a Comissão Européia.

Insistiu para que o GAFI elaborasse essas normas até a próxima assembléia plenária prevista em fevereiro. O’Neill convidou também o GAFI a publicar regularmente estudos sobre os progressos registrados na perseguição e no congelamento do dinheiro do terrorismo.

Suíça associada

No fundo, a administração Bush procura modificar a missão do GAFI, de que a Suíça é membro, juntamente com os Estados Unidos, a França, Grã-Bretanha, do Japão e de 24 outros países industrializados.

Desde que foi criado em 1989, o GAFI tem por missão lutar contra a lavagem de capitais procedentes de evasão fiscal e do tráfico de drogas. Mas depois dos atentados de 11 de setembro contra o World Trade Center e o Pentágono, a Casa Branca fez da guerra contra o terrorismo sua prioridade central.

E como ocorre toda vez que os Estados Unidos acham uma “grande causa” para defender – para retomar as palavras do presidente Bush – Washington estima vê tudo pelo prisma dessa prioridade.

Tudo, da política estrangeira à política interna, passando pelas relações com outros países, as organizações internacionais e o setor privado. A esse respeito, o GAFI torna-se um dos instrumentos que os norte-americanos querem utilizar no sentido de fechar as torneiras para os terroristas.

Administração Bush tem respaldo do G7

Os objetivos estabelecidos pela administração Bush já receberam apoio do G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo). Reunidos em Washington dia 6 de outubro, os ministros das Finanças e economia do G7 preconizaram que o GAFI desempenhe papel essencial na caça ao dinheiro do terrorismo, em particular identificando os países e organizações que facilitam as transações dos terroristas e conseguindo a colaboração dessas entidades.

“Nosso objetivo é desmantelar e eliminar as redes financeiras que respaldam o terrorismo e seus atos odiosos”, declarou O’Neill por ocasião do primeiro dia da sessão de urgência do GAFI.

O secretario norte-americano afirma que desde os atentados de Nova York e Washington, 150 países expressaram apoio à luta contra o financiamento do terrorismo. E entre esses países, mais de 80 ordenaram congelamento dos haveres pertencentes a terroristas. “Todos devemos cooperar, porque dinheiro desconhece fronteiras e país algum pode combater sozinho o dinheiro do terrorismo”, estima Paul O’Neill.

Marie-Christine Bonzom, de Washington.

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