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Autoridade suíça reforça controle contra “gripe suína”

Patrick Mathys, diretor de prevenção a pandemias da Secretaria Federal de Saúde, preocupado com o vírus A(H1N1) Keystone

Para impedir a importação de doenças como a gripe influenza A(H1N1), a Secretaria Federal de Saúde (SFS) da Suíça reforça a partir desta quarta-feira(1°/7) as medidas de controle e informação nas fronteiras.

Companhias aéreas poderão ser solicitadas a entregar dados sobre passageiros. Estes possivelmente terão de fornecer um “mapa de contatos” e, se necessário, fazer exames médicos.

Futuramente, a SFS poderá pedir às companhias aéreas dados sobre passageiros que apresentarem os sintomas da gripe A(H1N1) após um vôo. Também outras empresas que trabalham com transporte internacional de passageiros serão obrigadas a atender a esse tipo de pedido.

A autoridade anunciou que, em caso de pandemia, poderá exigir também dos passageiros, antes de ingressarem no país, o preenchimento de um formulário sobre o estado de saúde atual e uma espécie de “mapa de contatos”.

Esse “mapa” conteria dados pessoais, número do vôo e do assento, a rota de viagem, o endereço residencial ou de contato do passageiro na Suíça, informou a SFS na segunda-feira (29/6). Esses dados permitiriam, por exemplo, enviar separadamente ao médico pacientes das gripe e pessoas potencialmente contagiadas.

Caso necessário, a SFS também poderá ordenar a realização de exames médicos diretamente. Com um simples controle da temperatura, por exemplo, poderiam ser detectadas pessoas com sintomas de A(H1N1) antes do ingresso na Suíça.

A SFS também determinou que todos os médicos suíços informem os casos de “gripe suína” dentro de no máximo 24 horas às autoridades estaduais de saúde, encarregadas de repassar os dados à Secretaria Federal. Até agora, apenas médicos de hospitais eram obrigados a fazer isso.

Resistência ao Tamiflu

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até segunda-feira (29/6), 70.893 pessoas tinham sido infectadas mundialmente com o vírus A(H1N1) – 311 morreram.

Na Suíça, até esta terça-feira foram registrados 58 casos da doença – nenhuma morte. Em 53 casos, trata-se de pessoas que retornaram de viagens ao exterior.

A chamada “gripe suína” é tratada com o medicamento Tamiflu. Segundo o grupo farmacêutico suíço Roche, sediado em Basileia, pela primeira vez houve um caso de resistência na Dinamarca.

“É o primeiro caso que temos com o H1N1”, disse David Reddy, coordenador da força-tarefa da Roche contra a pandemia, durante uma conferência telefônica na segunda-feira.

Segundo Reddy, há casos conhecidos de resistência ao Tamiflu na gripe sazonal e não é surpresa que tenha ocorrido uma resistência também contra o H1N1.”Isso não significa que o vírus que circula atualmente seja de uma maneira geral resistente ao Tamiflu”, afirmou.

Pietro Vernazza, médico-chefe da área de infectologia do Hospital de St-Gallen (nordeste da Suíça), criticou o uso do medicamento. “Frequentemente o Tamiflu foi usado tarde demais porque os pacientes só foram ao médico dois, três dias após perceberem os primeiros sintomas da gripe”, disse ao jornal News.ch.

Segundo ele, daí é tarde demais. “Os vírus multiplicaram-se milhões de vezes e podem então se adaptar ao medicamento.” Quem retorna de regiões de risco deve ir imediatamente ao médico, recomendou Vernazza.

swissinfo.ch com as agências SDA, DPA e Reuters

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