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Covid-19: "Ninguém estará seguro até que o mundo esteja seguro".

A mãe e a filha usam máscaras para proteger contra o Covid-19 em um momento que o novo coronavírus se espalha no Nepal. Copyright 2021 The Associated Press. All Rights Reserved.
Este conteúdo foi publicado em 29. maio 2021 - 17:00

Enquanto os países mais ricos avançam nas campanhas de vacinação, reabrindo as economias, a pandemia continua a fazer vítimas na Ásia e América Latina. A "Solidariedade Suíça", o braço humanitário da Sociedade Suíça de Radiodifusão e Televisão (que inclui a swissinfo.ch), lança uma campanha de arrecadação de fundos para ajudar os mais necessitados.

A região sul da Ásia, com quase dois bilhões de habitantes, responde atualmente a metade dos novos casos registrados de Covid-19 no mundo. Mais de três novas infecções ocorrem a cada segundo, informou a UnicefLink externo em 21 de maio. A cada minuto, mais de três pessoas morrem devido a complicações provocadas pela doença.

A situação é dramática na Índia, que registrou um número recorde de mortes diárias na semana passada. Porém a pandemia se dissemina também no Nepal, onde o número de casos cresce exponencialmente.

As novas infecções diárias aumentaram de 150 para mais de oito mil em apenas algumas semanas, um número que o escritório da ONU no Nepal diz ser apenas a "ponta do iceberg". O sistema de saúde nepalês, menos aparelhado do que o da Índia, está hoje sobrecarregado e carece de equipamentos médicos essenciais. A Suíça enviou 30 toneladas de suprimentos para o Nepal, após um carregamento anterior para a Índia no início de maio.

E outros países muito vulneráveis da região como Bangladesh, Paquistão e Afeganistão também estão em risco, de acordo com os representantes da Unicef.

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Pandemia na América Latina

A pandemia também continua atingindo a América Latina, a região com o maior número de mortes confirmadas até hoje. Além do Brasil, onde a pandemia está fora de controle há meses, a situação se deteriorou drasticamente em vários países da América Central e do Sul, especialmente no PeruLink externo, que tem uma das piores taxas de mortalidade, e na BolíviaLink externo, que se encontra na terceira onda da pandemia.

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Na maioria dos países latino-americanos, menos de uma pessoa em cada dez recebeu pelo menos uma dose de vacina, o que é pouco para enfrentar a pandemia.

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Reações em cadeia

A fragilidade das infraestruturas, a pobreza e a instabilidade política já existentes poderão ter um impacto perene nos países, como explica Ernst Lüber, da Solidariedade Suíça. É por isso que a ONG decidiu lançar uma nova campanha de doaçõesLink externo.

O acesso ao tratamento médico já era um grande problema antes da crise. Atualmente os sistemas de saúde de muitos países estão sobrecarregados. A mídia noticia diariamente o desespero das pessoas à procura de garrafas de oxigênio ou que conseguem ser atendidas nos hospitais. Outras doenças crônicas, disseminadas nesses países, deixam de ser tratadas devido à pandemia.

A propagação de novas variantes do vírus complicou ainda a situação. Os governos de países com mais recursos, como Índia e Brasil, fracassam em combater o Covid-19, ressalta Lüber.

A economia também sofre com a pandemia. Grupos de baixa renda sofrem com o desemprego causado pela aplicação de medidas de fechamento, o que "provoca uma reação em cadeia difícil de consertar posteriormente", acrescenta o funcionário da ONG.

"As pessoas perdem a renda, têm que vender seus bens utilizados para o próprio sustento e se endividam. As crianças não vão mais à escola. Pessoas que trabalhavam nas cidades precisam retornar ao campo", contribuindo à propagação do vírus nas zonas rurais, onde o sistema de saúde é ainda mais deficitário.

"O problema continua"

A campanha de arrecadação de fundos "Coronavírus Internacional" foi iniciada pela Solidariedade Suíça em outubro e já arrecadou mais de nove milhões de francos. O dinheiro foi utilizado para apoiar os projetos de 16 ongs, que atuam em 14 países. "Porém os recursos já foram gastos e o problema continua", diz Lüber.

Como doar?

As doações podem ser feitas diretamente através do site da Solidariedade SuíçaLink externo ou depósito na conta 10-15000-6 no Banco dos Correios Suíços (Postbank), dando a referência "COVID INT".

Solidariedade Suíça apoia 16 ongs, dentre elas Caritas, Cruz Vermelha, Helvetas e Médicos Sem Fronteiras.

Até hoje já foram apoiados projetos em 14 países, principalmente na Ásia do Sul e América Latina. Porém alguns países do Oriente Médio e da África também já se beneficiaram. Países emergentes como a Índia e Brasil também entraram no programa.

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Os projetos apoiados têm dois focos: ajuda direta para os grupos mais afetados pelas restrições (trabalhadores da economia informal, migrantes, refugiados e grupos marginalizados). O objetivo é "amortecer o choque econômico e permitir a recuperação das pessoas atingidas pelos problemas", diz o chefe do programa.

A outra área de prioridade é a saúde: apoio direto aos hospitais, fornecimento de equipamentos, apoio a campanhas de conscientização e outros. Segundo HelvetasLink externo, a doação de 120 francos já é suficiente para comprar, dentre outros, caixas com artigos de higiene para suprir dez pessoas.

Enquanto os países mais ricos se recuperam graças aos avanços das campanhas de vacinação, ongs enfatizam a importância de combater a pandemia como um todo. "Ninguém estará seguro até que todos estejam seguros", ressalta Ernst Lüber.

História da Solidariedade Suíça

A Solidariedade SuíçaLink externo foi fundada em 1946 na cidade de Lausanne por funcionários da Radio Sottens, a estação de rádio pública da Suíça francófona (hoje RTS). O radialista Roger Nordmann e o cantor Jack Rollan lançaram a "Chaîne du Bonheur" (traduzido diretamente por "Cadeia da Felicidade"), um programa destinado a recolher doações para causas humanitárias. A ideia foi adotada rapidamente em outras duas regiões do país: "Glückskette", na parte de língua alemã e "Catena della Solidarietà", na parte italiana.

Em 1983, a Solidariedade Suíça se tornou uma fundação independente, mas continua ligada à SRG SSR.

As doações coletadas são distribuídas entre 24 ONGs parceiras. Os projetos se concentram em projetos de longo prazo, como a reconstrução em caso de desastres na Suíça e no resto do mundo.

Desde sua fundação, a Solidariedade Suíça já organizou mais de 250 campanhas de arrecadação de fundos e arrecadou 1,7 bilhões de francos, tornando-a a maior doadora de ajuda humanitária da Suíça.

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Adaptação: Alexander Thoele

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