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Empresa suíça vai cronometrar a Copa do Mundo

Pelé é embaixador da marca suíça para a Copa do Mundo. AFP

É sabido por todos que em eventos esportivos como, por exemplo, as Olimpíadas de verão ou inverno, a cronometragem cumpre um papel fundamental para definir os vencedores das provas e a quebra de recordes em diversas modalidades olímpicas. Em torneios de futebol, o protagonismo dos cronômetros é menor, mas ser responsável por contar o tempo em uma Copa do Mundo não é tarefa para principiantes.

Na Copa do Mundo do Brasil, o desafio de cronometrar todas as partidas a serem jogadas pelas 32 seleções será vivido pela empresa suíça Hublot, uma das marcas mais conhecidas da indústria da relojoaria.

CEO mundial da Hublot, o suíço Jean-Claude Biver, em conversa com a swissinfo.ch, admite que a cronometragem em uma Copa do Mundo tem um grau de exigência diferente daquele demandado pela precisão olímpica: “Em uma Copa, as regras da cronometragem são regidas pelas leis do jogo estabelecidas pelo IFAB (International Football Association Board) e aplicadas pelo árbitro durante a partida. A Hublot, na condição de cronometrista oficial da Copa do Mundo do Brasil, estará associada a todos os anúncios relativos ao tempo no âmbito dos estádios. O papel da Hublot será acompanhar a Fifa, com nossa expertise, todas as vezes que a Fifa exprimir essa necessidade”, diz.

Entre os amantes do futebol, é comum ouvir queixas sobre o cálculo, feito pelos árbitros, do tempo suplementar de jogo. Não raro, os acréscimos, termo mais utilizado no jargão das transmissões esportivas televisivas, é considerado injusto pelos torcedores. Por que, então, não calcular com precisão, através de uma empresa especializada, os momentos de paralisação como substituições e atendimentos médicos e depois acrescentar ao jogo o tempo justo?

Jean-Claude Biver foge dessa discussão, talvez em respeito ao mundialmente famoso conservadorismo da Fifa quando o assunto é modernização de procedimentos ou adoção de novas tecnologias que possam auxiliar no correto cumprimento das regras do jogo dentro de campo: “As regras do jogo continuam imutáveis no que concerne ao cálculo do tempo de jogo suplementar. É uma coisa decidida unicamente pela apreciação dos árbitros. Eu convido aos interessados a se remeterem à Fifa ou ao IFAB para saber se estão ocorrendo reflexões sobre este tema”, diz.

Reuters

Futebol e arte

Durante o torneio no Brasil, a Hublot se fará presente não somente dentro de campo ou do estádio. A próxima Copa do Mundo é encarada pela empresa suíça como uma oportunidade única para fortalecer sua marca no emergente mercado brasileiro e também em outros países, já que as partidas, segundo estimativa da Fifa, serão acompanhadas por mais três bilhões de pessoas em todo o mundo.

“A presença da Hublot se prolongará para fora do âmbito dos estádios através de projetos que associarão futebol e arte como, por exemplo, o projeto do ‘countdown clocks’ desenhado por Oscar Niemeyer ou ainda a colaboração com o pintor Romero Britto”, diz Biver. A Hublot também patrocinará durante a Copa um projeto caritativo, provavelmente com jovens das comunidades brasileiras de baixa renda: “Ainda divulgaremos maiores detalhes sobre o projeto”, diz o CEO.

Durante a visita de Luiz Felipe Scolari à Suíça, a Hublot anunciou sua integração às atividades que serão organizadas durante a Copa do Mundo do Brasil através do programa “Presença Suíça”, que promove a imagem do país no exterior. Diretor do programa subordinado ao Departamento Federal de Assuntos Estrangeiros, o embaixador Nicolas Bideau afirma que a programação em parceria com a Hublot durante a Copa será feita nos espaços “Résidence Suisse” e “Maison Suisse”, ambos no Rio de Janeiro.

A Hublot será a única marca de relógios parceira dos dois eventos  e seus modelos serão expostos em locais estratégicos que receberão os visitantes. A empresa também participará dos eventos organizados para reunir os torcedores suíços presentes no país e promover a cultura helvética.

Pelé e Scolari

A aposta no crescimento da Hublot no Brasil e no mudo pode ser traduzida na escolha de Édson Arantes do Nascimento, o mundialmente conhecido Pelé, como embaixador oficial da marca. Em fevereiro, um modelo em homenagem ao rei do futebol com tiragem de apenas 500 exemplares – o Hublot Classic Fusion Chronograph – foi lançado durante uma cerimônia no Rio de Janeiro. Na ocasião, a parceria foi celebrada por Pelé: “Eu sempre tive propostas para fazer campanhas para outras marcas de relógio, mas nunca deu certo. A Hublot é uma marca vencedora que está vindo para o Brasil”, disse.

A gentileza é retribuída pelo CEO da empresa suíça: “Pelé é, sem nenhuma dúvida, uma lenda do futebol mundial. Deixou um traço indelével na história desse esporte, que é o mais popular do planeta. Ele é o maior atacante que o Brasil e que o mundo do futebol já conheceram. Tomando o exemplo de Pelé, a Maison Hublot espera poder deixar uma marca na indústria da relojoaria. Nesse sentido, ter Pelé como nosso embaixador nos parece uma evidência da qual nós estamos muito orgulhosos”, diz Jean-Claude Biver.

Se Pelé é o garoto-propaganda, o treinador da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, também mereceu uma linha de relógios em sua homenagem. Com apenas 50 exemplares e batizado com o sugestivo nome de King Power Scolari, o novo relógio da Hublot foi lançado durante uma visita de Felipão, como o treinador é chamado pelos brasileiros, à sede da empresa na Suíça: “A Hublot recebeu Scolari com muita honra e orgulho”, diz Biver. Em nota oficial, a empresa suíça afirma que o brasileiro “será o treinador mais observado da competição”.

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