Parlamento suíço libera abate de lobos

A caça aos lobos é um tema quente na Suíça. Manifestantes protestam contra o abate de um lobo, em outubro de 2021, no Desfiladeiro Marchairuz, no cantão de Vaud. Keystone / Laurent Gillieron

O Parlamento concordou com uma regulamentação mais pró-ativa das alcateias na Suíça. O número de lobos - e ataques aos rebanhos - nos Alpes suíços tem aumentado nos últimos anos.

Na quinta-feira, a Câmara dos Deputados acompanhou o Senado e apoiou uma emenda à lei de caça que permite aos cantões regular proativamente a população de lobos entre 1º de setembro e 31 de dezembro. O governo também apoia a proposta.

A Suíça abriga cerca de 200 lobos, principalmente nos Alpes. Um aumento dos ataques aos rebanhos gerou apelos para que a população de lobos fosse limitada.

Segundo a legislação existente, o lobo é uma espécie protegida e só é possível regulamentá-la se houver danos significativos ou perigo grave. Agora deve ser possível atirar no predador antes que ele ataque suas presas.

Há dois anos os eleitores rejeitaram uma revisão das leis de caça em meio à controvérsia sobre a regulamentação dos lobos.

Ataques mortais

O número de ataques mortais de lobos aos rebanhos aumentou acentuadamente na Suíça nos últimos anos e espera-se que ultrapasse 1.000 este ano, de acordo com a Fundação Kora, um grupo suíço de vida selvagem.

A fundação diz que 853 animais de criação – a maioria ovelhas e cabras, mas também vacas e burros – foram mortos no ano passado por lobos; espera-se que mais de 1.000 sejam mortos este ano. Isto superaria o recorde de 2020 quando 922 ataques foram registrados; em 2012 foram 112. As principais regiões afetadas pelos ataques dos lobos são os cantões Graubünden, Valais e Ticino.

A emenda à lei de caça afirma que as matilhas de lobos podem ser abatidas quando as fazendas são ameaçadas. Os caçadores poderão atirar em lobos que se aproximem demais de áreas habitadas e residentes, ou quando as medidas de proteção de ovelhas e cabras se revelarem ineficazes.

Os cantões não terão mais que provar a extensão dos danos, mas terão que justificar as medidas de controle e seus objetivos. Eles deverão obter a aprovação do Departamento Federal do Meio Ambiente.