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Suíços não temem pandemia de gripe suína

Manifestação na OMS, em Genebra, por melhor controle na criação de suínos. Keystone

Apesar da rápida propagação do vírus influenza A(H1N1), os suíços consideram mínimo o risco de uma pandemia e poucos temem ser contagiados, aponta uma pesquisa de opinião.

A Organização Mundial da Saúde confirmou 13.398 casos em 48 países, incluindo 95 mortes. A Suíça já registrou 109 suspeitas e confirmou o quinto caso da nova gripe.

O caso mais recente foi comunicado nesta quinta-feira (28/5) pelas autoridades do cantão de Vaud (oeste do país). A paciente de 35 anos, que se encontra em isolamento em casa, acabara de retornar de uma viagem a Nova York e foi tratada no hospital de Lausanne.

Na quarta-feira, a Secretaria Federal de Saúde (SFS) havia confirmado o quarto caso da chamada “gripe suína” na Suíça. Trata-se de um homem que retornou dos EUA e mora em Basileia, no triângulo formado pela Suíça, Alemanha e França.

Os outros três casos confirmados anteriormente são de duas mulheres nos cantões de Berna e Basiléia-Campo, bem como de um homem no estado de Argóvia – este foi o primeiro, em 24 de abril passado.

Segundo a SFS, até esta quinta-feira houve 109 casos de suspeita em 17 dos 26 cantões suíços. Em 94 casos já foi descartada uma infecção com o vírus A(H1N1). Dez casos ainda estão em fase de esclarecimento clínico ou à espera de exames laboratoriais.

População continua tranquila

Apesar dos quatro casos confirmados no país e da rápida propagação mundial da doença, a maioria dos suíços não teme uma pandemia.

Segundo a uma sondagem feita pelo Instituto de Pesquisas de Mercado GFK junto a mil suíços, apenas 10% da população consideram grande ou muito grande o risco de uma pandemia.

Noventa e três por cento dos entrevistados consideram mínimo a ínfimo o risco de se infectar com a nova gripe. Mesmo assim, mais de um terço da população tomou medidas de prevenção contra o A(H1N1) nas últimas semanas, revela a pesquisa.

Vinte por cento dos entrevistados disseram que lavam frequentemente as mãos, 7% do suíços alemães e 2% dos suíços franceses compram máscaras de proteção. Além disso, 26% renunciam a viagens aos países atingidos (México, EUA e Canadá).

Em termos de proteção contra a gripe, as mulheres parecem ser mais cautelosas do que os homens: 41% das mulheres disseram que se protegem com medidas objetivas; entre os homens esse percentual é de 30%. Também há diferenças regionais: na Suíça alemã, 39% se protegem; na Suíça francesa são 25%.

Situação estável na Europa

Até quarta-feira, 48 países tinham comunicado 13.398 casos de gripe suína à Organização Mundial da Saúde, em Genebra, incluindo 95 mortes. Os EUA têm o maior número de casos – 6.764 – seguidos pelo México, foco de origem da doença, com 4.541 casos confirmados.

Na Europa, a Espanha lidera o ranking com 138 casos, seguida pelo Reino Unido (137). Nos demais países europeus, a situação permanece estável. Portugal tem um caso confirmado. A maioria dos casos na Europa é de pessoas que retornaram das regiões atingidas.

Na avaliação da SFS, “com o aumento mundial do número de pacientes, aumenta também o risco de importar novos casos da doença para a Suíça. Com isso, pode aumentar também número de pessoas que podem entrar em contato com o vírus A(H1N1).”

A autoridade recomenda às pessoas que retornam de viagens às regiões atingidas e que, até sete dias após o retorno, apresentem sintomas de gripe contatem imediatamente o médico. “No momento, porém, não é visto um perigo geral à população suíça pela gripe A(H1N1)”, afirma um comunicado de quarta-feira da SFS.

Geraldo Hoffmann, swissinfo.ch

Ativistas da plataforma Avaaz.org – o mundo em ação entregaram na quarta-feira (27/5) uma petição com 225 mil assinaturas à Organização Mundial da Saúde e à Organização para a Agricultura e Alimentação, dois órgãos das Nações Unidas sediados em Genebra, que investiguem e controlem melhor a criação de suínos para proteger a saúde do mundo.

A ONG argumenta em seu site www.avaaz.org/po/ que “estão surgindo indícios de que a gripe suína teve origem em gigantescas fazendas industriais de criação de suínos sujas, perigosas e desumanas.”

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