Suíça ainda debate adesão à ONU
O debate sobre a adesão da Suíça às Nações Unidas esquentou novamente com a inclusão do assunto na agenda da sessão do Parlamento, em Berna, no início da semana. Referendo popular sobre a questão está previsto para o ano que vem. Em 1986, o povo disse « não ». Suíça e Vaticano são os únicos países fora da ONU.
Os atentatos terroristas transtornaram a agenda parlamentar. Vários deputados e senadores destacaram a necessidade de combater o fenômeno, falaram da necessidade de cooperar com os Estados Unidos para levar os responsáveis aos tribunais. Destacaram também ser importante manter o diálogo nas áreas de conflito, realçando que nenhum país pode ditar seus próprios interesses ao resto do mundo.
Conciliar ONU e neutralidade
Entre os temas em debate na sessão parlamentar suíça de outono, iniciada na segunda-feira, a ONU sobressai pelas suas implicações internacionais. Mas é um dos temas mais controvertidos.
A União Democrática do Centro (ou Schweizerische Volkspartei, em alemão), da ala direita, subiu imediamente à tribuna para repetir que adesão à Organização das Nações Unidas compromete a neutralidade do país. Mas os outros quatro partidos que formam o governo – socialista, liberal e democrata-cristão – defndem a adesão que, já foi aprovada pelo Senado, há poucos meses.
Anacronismo
A situação atual da Suíça é considerada não só anacrônica como também ilógica: a sede européia das Nações Unidas é em Genebra e a Suíça é um dos
principais contribuintes financeiros da ONU, figurando em 13° lugar na lista dos países que pagam maior cota. (O cálculo é feito em função da renda per capita e sendo a da suíça uma das mais altas do mundo, o país paga quase meio bilhão de francos, por ano). Uma adesão significa custo adicional de algumas dezenas de milhões.
Na votação de 1986, os suíços rejeitaram ingresso à ONU por maioria de dois terços. No próximo referendo, em março ou junho, a decisão deve ser favorável à adesão. Ma non troppo.
swissinfo com agências.
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