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Suíça quer mais negócios com o Brasil

Filas para tentar arrumar um emprego no Rio de Janeiro. Keystone

O Brasil é o principal parceiro de negócios da Suíça na América Latina mas a Suíça está perdendo espaço nos últimos anos.

Para tentar redinamizar as relações, o ministro da Economia, Joseph Deiss, chega ao Brasil domingo acompanhado por representantes de grandes empresas suíças.

Uma delegação econômica chefiada pelo ministro da Economia Joseph Deiss chega ao Brasil domingo para uma visita de três dias ao Brasil.

O contexto é muito diferente da viagem precedente, feita em 1999 pelo então ministro da Economia Pascal Couchepin.

Investimentos cairam

Primeiro, o ministro Deiss faz uma escala no Brasil a caminho da Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Cancún, no México, de 10 a 14 de setembro. Esse é encontro alvo das maiores preocupações atualmente em Berna e em Brasília.

Segundo, porque a Suíça está perdendo espaço no Brasil, daí a importância da escala em Brasília e São Paulo.

Nesse intervalo, a Suíça passou do 5° maior investidor estrangeiro no Brasil para o 15°. “A Suíça continua sendo exportadora de capitais e espero que os investidores voltem ao Brasil”, declarou o ministro a swissinfo.

Em 2002, os investimentos diretos de empresas suíças totalizaram 347 milhões de dólares, o que correspondeu a apenas 1,9% dos investimentos estrangeiros no Brasil.

Exportações são difíceis

A causa dessa queda é a legendária prudência dos suíços, que praticamente não participaram do processo de privatização no Brasil, apesar da advertência do governo sobre as oportunidades que se apresentavam.

Por outro lado, as multinacionais suíças (Nestlé, Roche, Novartis, entre outras) estão no Brasil há décadas e, portanto, têm políticas a longo prazo.

O comércio bilateral vinha crescendo continua e moderadamente até 2001, quando chegou a 2,2 bilhões de francos suíços. O Brasil teve um excedente comercial de 450 milhões de dólares devido, a venda de aviões da Embraer.

Esses dados colocam a suíça como 29° exportador e 13° importador do Brasil, ou seja, 0,74% das exportações e 1,9% das importações. Além de aviões, a Suíça importa do Brasil produtos agrícolas, metais e produtos metalúrgicos, e exporta principalmente produtos químicos, máquinas e relógios.

Geralmente, os empresários suíços julgam muito complicado exportar para o Brasil devido a burocracia, as barreiras non-tarifárias e o mal funcionamento dos portos.

Mercosul forte é bom

No entanto, a Suíça – que tem dois terços de seu comércio com a União Européia -busca novos acordos e fortalecer sua presença na América do Sul. Um acordo le livre comércio assinado com o Chile aguarda ratificação no Parlamento.

O fortalecimeto do Mercosul, prioridade para o Brasil “é do nosso interesse pois sabemos que os blocos beneficiam seus membros mas também os acordos com outros parceiros”, afirma o ministro Deiss.

Ele considera o Brasil “uma potência econômica e política no continente e um parceiro potencial em instâncias internacionais com a OMC”.

Em Brasília, a delegação suíça vai falar de Agricultura, dossiê em que os dois países têm posições opostas. “Vai ser preciso muito trabalho para aproximar as duas posições”, reconhece.

Otimista, ele lembra que no caso das patentes de remédios para a produção de genéricos, as posições também eram antagônicas e foram resolvidas recentemente na OMC. Países como Brasil e India, poderão exportar génericos para países que não aptos a produzi-los.

swissinfo, Claudinê Gonçalves

– O Brasil é o maior parceiro latino-americano da Suíça.

– Suíça é 29° exportador e 13° importador do Brasil.

– Em 2002, as trocas comerciais totalizaram 2,17 bilhões de francos

– A balança comercial é excedentária para o Brasil devido as vendas da Embraer para a Swiss.

– Em menos de 10 anos, a Suíça passou do 5° para o 15° investidor estrangeiro no Brasil.

– A razão é a pouca participação nas privatizações.

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