Suíça se esforça para ajudar a pacificar o Líbano
O último encontro interlibanês ocorrido na Suíça deu um resultado concreto: um documento de consenso foi entregue segunda-feira aos principais partidos políticos em Beirute.
Essa iniciativa tem um apoio importante do Ministério suíço das Relações Exteriores (DFAE).
“O documento entregue às direções dos principais partidos políticos aborda a democracia libanesa e suas instituições mas também as relações do Líbano com a Síria”, afirma o ex-diplomata suíço Yves Besson.
“No contexto atual, muito tenso no Líbano, em que as pessoas têm muito medo, o fato que personalidades de diferentes partidos tenham chegado a um acordo sobre um texto é bastante significativo”, explica Besson a swissinfo.
Esse documento, cujo conteúdo foi negociado durante a terceira reunião organizada perto de Berna de 16 a 20 de agosto, depois rediscutido durante a semana passada em Beirute, deverá ser publicado pela imprensa libanesa nesta terça-feira (28).
As discussões que visam encontrar soluções para a crise do Líbano ocorrem sob a iniciativa lançada pela Associação Suíça pelo Diálogo euro-árabe-muçulmano (ASDEAM), presidida por Hassan Ghaziri.
Os dois primeiros encontros foram na Suíça em abril e junho e vários outros em Beirute.
Buscar uma “solução pela base”
O chamado “grupo Mont-Pélerin” (nome da localidade em que ocorreram os dois primeiros encontros) reúne quinze políticos e intelectuais libaneses representantes das principais tendências políticas, do Hezbollah ao governo de Fouad Siniora, mas sem mandato oficial.
“Nossa associação teve a idéia de abordar a crise libanesa pela base, ou seja, com personalidades marcantes das diversas partes para tentar um acordo”.
Yves Besson, vice-presidente da ASDEAM, não esconde sua satisfação e lembra das “três tentativas fracassadas lançadas oficialmente pela Liga Árabe, pela Arábia Saudita e, mais recentemente, pela França”.
Um encontro é previsto na próxima quinta-feira (30) na capital libanesa para discutir a agenda das futuras reuniões, precisou Besson.
Crise desde novembro
O país dos cedros atravessa uma crise política grave desde novembro do ano passado, quando seis membros de partidos pró-sirios saíram do governo. A oposição, aliada da Síria e conduzida pelo Hezbollah, considera que o governo pró-ocidental de Fouad Siniora é ilegitimo.
A crise foi acirrada com às vésperas da eleição para a presidência, prevista para 25 de setembro. O Parlamento deverá eleger o sucessor do atual presidente pró-sírio Emile Lahoud mas, até agora, nenhum candidato obteve apoio unânime dos partidos.
Em caso de fracasso desse eleição, seria criado um vazio institucional perigoso, notadamente com a ameaça da oposição de formar um segundo governo.
swissinfo com agências.
A Asssociação Suíça pelo Diálogo Euro-Árabo-Muçulmano (ASDEAM) organizou três reuniões sobre a crise do Líbano.
Elas ocorreram em abri, junho e agosto deste ano, com participação de quinze personalidades representativas da quase-totalidade das correntes político-religiosas do Líbano.
A diplomacia suíça apóia financeiramente esse processo e o acompanha de perto.
1989: Les accords de Taëf concluent la guerre civile qui ravage le Liban depuis 1975.
2000: L’armée israélienne se retire du sud du Liban occupé depuis 1978.
2004: La résolution 1559 du Conseil de sécurité de l’ONU exige le retrait des forces syriennes du Liban et la fin des activités militaires du Hezbollah pro-iranien.
2005: L’ancien premier ministre Rafic Hariri est assassiné. L’ONU mandate des enquêteurs en vue de juger les responsables de cet assassinat.
2006: Une guerre d’un mois oppose Israël et le Liban tuant 1000 civils.
20 mai 2007: début de combats dans le camp palestinien de Nahr Al-Bared entre l’armée libanaise et le groupe Fatah Al-Islam.
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