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Suíços preparam critérios para importar soja

Plantação de soja no Paraná, Brasil. WWF Suisse/Michel Gunther

Uma ONG e a segunda maior rede de supermercados da Suíça unem suas forças contra o desmatamento para o plantio de soja na América do Sul.

Através de uma apelação que já existe, os supermercados COOP privilegiam a produção compatível com a proteção da natureza e da sociedade.

A secão suíça do WWF – Fundo Mundial pela Natureza – e os supermercados COOP, segunda maior rede da Suíça, vão estabelecer critérios ecológicos para a compra de soja proveniente da América do Sul.

O objetivo é atrair a atenção do consumidor suíço para o desmatamento abusivo de florestas no Brasil, Argentina, Bolívia Paraguai para o plantio de soja, utilizada na Europa essencialmente na alimentação de animais.

A organização ecológica considera “escandaloso” que, com essa finalidade, se derrubem florestas e serrados, destruindo milhares de espécies necessárias ao ecossistema.

O cerrado brasileiro

O caso do cerrado brasileiro é citado como exemplo pelo WWF suíço. Segundo a organização ecológica, a superfície de cultivo de soja aumenta de 1,7 milhões de hectares por ano, área correspondente ao do cantão suíço de Fribourg.

Jennifer Zimmerman, responsável do setor alimentação no WWF suíço, revelou à swissinfo que em janeiro de 2005 será organizada no Brasil uma mesa redonda que reunirá os produtores de soja, autoridades e representantes dos supermercados Coop para discutir o tema.

“Por enquanto, o WWF como a Coop trabalham na elaboração de uma série de normas que os agriculturores deverão respeitar para obter o selo de qualidade “Coop Natura, ou seja, produtos que a rede garante aos consumidores suíços como biológicos, saudáveis e que respeitam a natureza”, explica Jennier Zimmerman.

Informar e negociar

A responsável do WWF está consciente das dificuldades, haja visto que a produção de se transformou em importante fonte de divisas para os países produtores devido à demanda da Europa e da China.

Segundo previsões de especialistas, o consumo mundial de soja crescerá de 40% até 2020, o que supõe, para o WWF, que o desmatamento para o cultivo vai continuar.

É esperado, portanto, que essa campanha de sensibilização encontre resistência nos meios econômicos dos países produtores. “Contamos com o trabalho de nossas representações locais e com alguns contatos com membros de governos e de agricultores. Ou seja, temos de fauer um trabalho prévio de informação”, afirma a responsável do WWF suíço.

Precedente da Coop

Dieter Egli, diretor de projeto do “Fundo Coop Naturaplan”, disse que o compromississo do gigante do setor alimentar suíço corresponde à política de “produção sustentável” e de apoio a produtores respeitosos da qualidade do meio ambiente.

Para a Coop isso não é novo porque o “Naturaplan” já trabalha com cafeicultores mexicanos, nicaragüenses e costarriquenhos. Trabalha também na Espanha, onde dá preferência aos legumes, frutas e verduras cultivadas com um míimo de ingredientes químicos.

O “Naturaplan” foi criado em 2003 e receberá do WWF 500 mil francos suíços por ano como subvenção, até 2006. A Coop trabalha também com a Fundação Max Havelaar, que também tem um selo de qualidade e dedica-se a um comércio mais justo.

Quanto à soja, explica Dieter Egli, será publicado um estudo para demonstrar que é possível utilizar de forma gradual e programada para alimentação animal com um “selo de qualidade Coop”.

swissinfo, Alberto Dufey

Segundo o WWF Suíço, Argentina, Brasil, Bolivia e Paraguai desmatam cerrados e florestas para plantio de soja.

A soja é utilizada essencialmente na Europa e na China como alimentação animal.

280 metros quadros por habitante são necessários à produção de soja.

Coop, segunda maior rede suíça de supermercados, e WWF – Fundo Mundial pela Natureza – lançam campanha para uma produção sustentável.

Em janeiro de 2005, está planejado um colóquio no Brasil, com a participação do WWF, Coop e produtores de soja.

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