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Suíços trocam de árvore de natal

Suíça compra sua árvore de natal importada num hipermercado da IKEA, próximo a Zurique. Keystone

Em matéria de árvores de natal, os suíços dão preferência a espécies estrangeiras como os pinheiros "nordmann", em detrimento da epícea suíça.

Produtores suíços juntam-se para recuperar o mercado perdido. Mais de dois terços das árvores de natal comprada no país vêm do exterior.

O natal chega na Europa. Como em muitos países cristãos, o pinheiro ocupa um espaço reservado nas salas de estar. Na Suíça, mais de um milhão de árvores de natal são vendidas. Desse número, apenas um terço tem origem no próprio país. Mais de 700 mil árvores foram importadas da Dinamarca e da Alemanha.

O gosto dos consumidores evoluiu nos últimos anos, favorecendo os pinheiros “nordmann”, de origem caucasiana, mais vistosos e resistentes. Porém na Suíça, um país de montanhas e clima favorável para essa planta, a espécie mais cultivada é a epícea suíça e o pinheiro branco. Os números demonstram essa mudança de gostos. Nos supermercados do grupo Migros, os estoques para o natal de 2002 são de 80% de pinheiros do tipo “nordmann”, importados em quase sua totalidade.

Mudança de gostos dificulta vida do produtor local

Essa mudança na preferência popular traz, finalmente, problemas para os produtores de árvores de natal locais, sabendo que um pinheiro leva aproximadamente oito anos para atingir um metro de altura.

Os grandes distribuidores na Suíça exigem grandes quantidades de árvores, compradas em prazos curtos e a preços competitivos. “Infelizmente o produtor suíço não tem competitividade e quase não produz o tipo “nordmann”, preferido pelo consumidor”, revela Jörg Birnstiel, porta-voz da rede de supermercado Coop.

Associação da Árvore de Natal

Para defender o mercado interno, produtores nacionais de pinheiros decidiram organizar-se. No final de novembro eles criaram a “Associação da Árvore de Natal”. “Nós esperamos aumentar 30% a nossa participação no mercado, através da racionalização do plantio e também formação de novos plantadores”, afirma Josef Brägger, um dos fundadores.

O argumento mais forte de defesa do pinheiro de natal epícea suíça é a questão ecológica, já que o transporte das árvores demanda gastos de combustível e material, e também econômico. “Os suíços irão aceitar pagar um pouco mais, sabendo que com isso eles estarão não só tendo uma árvore mais bonita, mas também auxiliando a agricultura do próprio país”, conclui Brägger.

swissinfo/Anne Rubin

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