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Suíça exporta cada vez mais armas

O tanque Piranha Kdo 93/99 produzido pela Mowag é um dos armamentos suíços exportados. Keystone

As exportações de armamento suíço aumentaram 63% no primeiro semestre de 2008. O aumento ocorreu principalmente nos países balcânicos e no Oriente Médio.

Os principais compradores de armas helvéticas nos últimos seis meses foram Paquistão, Dinamarca, Alemanha e Bélgica. Outros grandes clientes como Estados Unidos e Brasil diminuíram suas compras.

O mercado de armas explode. As exportações suíças de material de guerra aumentaram praticamente dois terços durante os seis primeiros meses do ano, em comparação com o primeiro semestre de 2007. As compras estão em alta nos países balcânicos e no Oriente Médio.

As exportações de armas nos primeiros seis meses do ano totalizam 348 milhões de francos, uma alta de mais de 63%. Segundo uma estatística da alfândega helvética, publicada na quarta-feira, o principal comprador de armas suíças é o Paquistão, que comprou equipamentos no valor de 67 milhões de francos.

No primeiro semestre de 2007, o Paquistão havia comprado apenas 0,9 milhões de francos em armamento. Só esse país corresponde a um quinto das vendas totais de armamento suíço. O governo federal autorizou no início de abril o retorno das vendas à Islamabad de vinte e quatro sistemas de defesa aérea pelo fabricante Oerlikon Contraves.

O contrato estimado em 156 milhões de francos havia sido suspenso em novembro de 2007 devido à situação tensa no Paquistão. O governo suíço declarou que não iria autorizar outras exportações para o país no momento.

Novos clientes

Outros destinos privilegiados de armamento suíço são a Dinamarca (43 milhões de francos), Alemanha e Bélgica (cada um 35 milhões de francos) e o Reino Unido (25 milhões). A Finlândia, Romênia e a Holanda adquiriram, cada uma, armamentos suíços avaliados entre 19 e 23 milhões de francos.

Figurando na sétima posição dos países compradores, a Romênia aparece como o mais recente grande cliente da Suíça. Isso se deve a metade de uma entrega de 31 tanques de transporte, blindados e armados pela empresa Mowag.

Alguns grandes clientes da Suíça diminuíram suas compras. Esse é notadamente o caso dos Estados Unidos, Canadá, Brasil, Irlanda e da Grécia. Os países do antigo bloco do leste e balcânicos, ao contrário, aumentaram suas compras. Somados em francos, as encomendas da Croácia, República Sérvia, Eslovênia e da Bósnia continuam modestas.

Pacifistas chocados

O grupo pacifista “Uma Suíça sem exército” (GSsA, na sigla em francês) declarou “estar chocado” com a evolução da exportação de armamento. “Ao vender material de guerra para países implicados em conflitos, a Suíça se torna co-responsável pelas vítimas causadas”, declara um dos seus membros.

As vendas de armas para o Paquistão são particularmente inquietantes do ponto de vista dos direitos humanos, ressalta a GSsa no comunicado emitido na quarta-feira. O grupo pacifista exige que sua iniciativa popular “pela proibição da exportação de material de guerra”, entregue em dezembro de 2007, seja submetida à votação popular o mais rápido possível.

swissinfo com agências

A exportação de material de guerra está regulamentada na lei federal “KMG” (Kriegsmaterialgesetz” de 1996. Ela foi complementada diversas vezes. Sua última revisão ocorreu em 2002.

Ela abrange não apenas sistemas de armamento, munição, explosivos e outros armamentos para uso militar, mas também outros equipamentos complementares que podem ser utilizados em combate.

A exportação de armamentos é proibida para países que estão em conflito armado.

Segundo a lei, a exportação de material de guerra só pode ser permitida quando ela não fere o direito internacional e os princípios das relações externas da Suíça.

Para as empresas privadas, as regras são menos restritas. Elas só podem exportar armamentos quando estes não apóiam conflitos em andamento.

A maior parte das exportações vai para países ocidentais.

A fabricação de material de utilização dupla (material que tanto pode ter uso civil como militar) não exige autorização. Porém sua exportação está regulada pela lei “KMG”.

Em 1997, o eleitor suíço rejeitou por 78% dos votos uma iniciativa popular, que previa a proibição da exportação de armamentos. Em 2007 a iniciativa foi relançada.

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