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Suíça inventa submarino solar

Imagem sintética do submarino solar sob as águas de lago de Thun. www.projekt-goldfisch.ch

Goldfish é o primeiro submarino impulsionado pela força do sol. A invenção é da empresa suíça de energia BKW EMB, conhecida por seu compromisso e experiência com o desenvolvimento sustentado.

O diretor do projeto, Martin Pfisterer, conta à swissinfo os detalhes dessa idéia original.

Se forem encontrados os investimentos necessários (10 milhões de francos suíços) Goldfish fará sua primeira imersão no segundo semestre de 2011, se possível no lago de Thun, no estado de Berna, onde foi testado.

É necessário um ano e meio depois de receber um pedido, “mas a atual crise financeira não está ajudando muito”, reconhece Pfisterer.

Este veículo aquático pode navegar nos fundos de rios, mares ou lagos de águas tranqüilas. É capaz de atingir até 300 metros de profundidade e pode ter diversas aplicações como turismo, navegação ou transporte. Segundo o diretor do projeto, “cidades como Barcelona, Sidney, Dubai ou Shangai podem se interessar por tal invenção.”

Plataforma solar

Golfish é movido pela energia de uma “plataforma solar flutuante e móvel, equipada com uma central solar e uma estação de recarga, com uma superfície de células fotovoltaicas de aproximadamente 300 m2 e uma potência de 30 Kw”, explica Pfisterer.

Uma das novidades mais importantes é que essa plataforma fornecerá energia ao submarino, mas também a lugares ou atividades próximas. Ou seja, vai produzir mais energia do que a necessária para o submarino.

Essa plataforma tem cinco satélites laterais onde se encontram as placas fotovoltaicas. Tem a capacidade para girar 360% e assim captar os raios solares da maneira mais eficaz durante todo o dia. Essa energia é armazenada em baterias que permitem uso múltiple.

Uma outra embarcação levará os passageiros da margem até a plataforma, onde haverá um espaço central com capacidade para 60 pessoas. O submarino será recarregado desse ponto através de um cabo.

Interesse internacional

Recentemente o projeto foi apresentado no pavilhão suíço na Exposição Internacional de Zaragoza, e houve um grande interesse da imprensa.

A repercussão atraiu contatos com possíveis investidores. Vários países árabes, a cidade de Barcelona e os organizadores da Expo de 2010 em Shangai mostraram interesse pela idéia. “As pessoas se interessam pela energia solar e ela tem um grande potencial turístico; temos mantido contatos com países, cidades, empresas, organizações e investidores privados”, confirma o responsável de Goldfish.

Dubai, Shangai ou Sídney

BKW estima que o projeto será muito bem acolhido em numerosos países, pois o submarino poderá ser utilizado em vários setores como turismo ou navegação. Pfisterer destaca as múltiplas utilidades que “pode ter a plataforma solar móvel em zonas de suficiente radiação solar, como barcos de turismo em Dubai, transporte de passageiros no rio Huanpu de Shangai ou fornecer energia a instalações consteiras como a ópera de Sidney, na Austrália.

Em junho de 2008, terminou o estudo de viabilidade do projeto, com resultados positivos. O projeto é totalmente realizável tecnicamente e é possível obter as autorizações necessárias.

Empresa de prestigio

Seu promotor é a empresa de energia suíça BKW, que construiu a primeira central solar no país, em 1992. A instalação fotovoltaica situada em Mont Soleil (cantão de Berna) não pretende ser um centro de produção e sim um centro de pesquisa. Gera apenas uma potência para abastecer anualmente 200 pessoas.

A razão principal é fazer experiências com diferentes placas solares que existem no mercado. A mesma empresa tem outra estação solar e um catamarã no lago de Bienne (oeste). Desde 2001 funciona exclusivamente com energia solar e, segundo Pfisterer, “é o maior barco solar do mundo.”

BKW também recebeu o Prêmio Solar Europeu pela instalação no “Estádio da Suíça”, em Berna. A cobertura do estádio contém a maior central solar – 12 mil m2 – integrada a um recinto esportivo.

São distintas iniciativas que pretendem revolucionar a produção de energia solar para fins turísticos, industriais e de transportes.

Não por acaso, foi um suíço que inventou o primeiro submarino turístico do mundo. Em 1937, Auguste Piccard apresentou o batiscafo, desenvolvido posteriormente pelo filho Jacques Piccard, falecido recentemente.

swissinfo, Iván Turmo

– Capacidade de 20 a 30 passageiros sentados

– Tripulação de 2 pessoas

– Salão para passageiros

– De 20 a 30 m de comprimento

– 5 m de altura e 3 m de altura

– Inmersões até 300 m de profundidade

– Peso: 40 a 80 toneladas

– Consumo diário de 100 kWh, que permite 4 imersões

– escotilhas de 60 a 70 cm. de diâmetro para uma visão de grande ângulo

– Refletores potentes para ver na oscuridade das águas profundas

– Maneabilidade: o submarino pode girar sobre seu próprio eixo

– Funciona os 365 dias do ano

Existem duas maneiras principais de utilizar a energia solar: uma como fonte de calor para sistemas solares térmicos, outra como fonte de eletricidade para sistemas solares fotovoltaicos.

Em princípio, a capta-se a luz do sol para convertê-la em eletricidade através de painéis solares ou fotovoltaicos.

Esses painéis contêm grupos de células especiais que transformam a energia luminosa (fóton) em energia elétrica (elétron).

Essas células se conectam entre si como um circuito para assim aumentar a tensão de saída da eletricidade.

Ao mesmo tempo, várias redes de circuito paralelo se conectam para aumentar a capacidade de produção elétrica que poderá fornecer o painel.

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