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Suíça ocupa 25° lugar em ranking de mulheres na política

Governo suíço: 4 ministros, 3 ministras e a chefe da Chancelaria, Corina Casanova, ao fundo à direita, não tem status de ministra. Keystone

Quase quatro décadas após obterem o direito de votar, as mulheres suíças conquistam cada vez mais espaço na vida política do país.

Segundo a União Parlamentar Internacional (UPI), sediada em Genebra, a Suíça salta do 31° para o 25° lugar na representação feminina no Parlamento e ocupa a oitava posição no mundo quanto à presença de mulheres no governo.

A “república dos Alpes”, que se orgulha de sua democracia direta, mas só introduziu o voto para mulheres em 1971, avança a passos relativamente rápidos em termos de representação feminina na política.

Nas eleições do ano passado, 59 suíças foram eleitas para a Câmara dos Deputados. Como uma renunciou ao mandato e outra foi para o Senado, atualmente há 57 mulheres entre os 200 integrantes da Câmara, o que representa uma participação de 28,5% (veja gráficos ao lado).

Com isso, o país está bem acima da média mundial. Segundo a UPI, mundialmente, a representação feminina nos parlamentos nacionais (unicamerais ou câmaras baixas) é de 17,7%.

Esse índice aumentou 5% nos últimos 10 anos. “O avanço das mulheres na ocupação de mandatos parlamentares é lento, mas constante”, diz Anders Johnsson, secretário geral da UPI. “Nesse ritmo, não haverá paridade (entre os sexos) nos Parlamentos antes de 2050”, acrescentou.

Situação melhora no Terceiro Mundo

Nos últimos tempos, houve grandes progressos nesse sentido nos países do chamado Terceiro Mundo. Desde 2003, a Ruanda lidera a lista da UPI, com 48,8% de mulheres no Parlamento nacional.

Seguem-se a Suécia (47%), a Finlândia (41,5%) e a Argentina (40%). Uma participação feminina de 35 a 40% têm os Parlamentos da Holanda, Dinamarca, Costa Rica, Espanha, Noruega, Cuba e da Bélgica.

A Suíça ocupa o 25° lugar, entre Andorra e Portugal (28,3%). Em Lisboa, 65 das 230 cadeiras da Câmara portuguesa são ocupadas por mulheres.

A Suíça ainda é superada pela Áustria (16° lugar / 32,8%) e Alemanha (17° / 31,6%), mas supera outros dois vizinhos: França (64° / 18,2%) e Itália (68° lugar / 17,3% de mulheres).

Vergonhosa é a situação do Brasil no ranking sobre a participação das mulheres nos Parlamentos em 192 países do mundo. A maior democracia da América do Sul ocupa o 146° lugar, tendo apenas 46 mulheres entre os seus 513 deputados federais – ou seja 9%.

Essa média fica abaixo de todas as médias por regiões calculadas pela UPI. A região com a menor participação feminina na política – os países árabes – ainda atingem 9,6%. No resto da Ásia, há 16,9% de mulheres deputadas, na África Subsaara 17,3%, nas Américas 20,7% e na Europa 20,9%.

Mulheres no governo

Com três mulheres (42,9%) entre os sete ministros do gabinete federal, a Suíça ocupa o oitavo lugar no mundo em termos de participação feminina no primeiro escalão do governo.

O maior índice nesse campo é registrado na Finlândia (57,9%), seguida pela Noruega (55,5%), Granada (50%) e Suécia (47,6%).

Com apenas 3 mulheres (11,4%) entre os 35 ministros, o Brasil ocupa a 115ª posição entre os 192 países. Na América Latina, só ganha da Guatemala (6,7%) e do Haiti (11,1%).

Pelos dados da UPI, Portugal tem apenas duas ministras num gabinete de 16 pastas, ficando em 59° lugar, bem atrás, por exemplo, de sua ex-colônia Moçambique, que ocupa a 26ª posição com sete mulheres no gabinete de 27 ministérios (25,9%).

Segundo a UPI, no total mundial, 1.022 ministérios são ocupados por mulheres – a maioria delas ocupa pastas ligas à área social, da juventude e de questões ligadas à mulher. Seguem-se a saúde e a educação.

Aumentou nos últimos anos também a presença de mulheres nos ministérios do Trabalho, das Relações Exteriores e da Justiça, mas apenas seis ocupam a pasta da Defesa.

No começo de 2008, apenas sete dos 150 cargos de chefe de Estado e oito dos 192 de chefia de governo eram exercidos por mulheres. Um motivo a mais para as manisfestações pela paridade entre os sexos neste Dia Internacional da Mulher.

swissinfo, Geraldo Hoffmann (com agências)

As mulheres ocupam apenas 17,9% das cadeiras parlamentares no mundo.

Na Suíça, esta proporção é de 28,5%, em Portugal, 28,3%.

No Brasil, 46 das 513 cadeira na Câmara são ocupadas por mulheres.

1.022 mulheres ocupam postos ministeriais em 185 países.

Na suíças, três das quatro pastas do Conselho Federal (Executivo) são comandadas por mulheres.

No Brasil, elas só mandam em 3 dos 35 ministérios; em Portugal, duas das 16 pastas.

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