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Suíça participa da ajuda humanitária no Cáucaso

Refugiados georgianos fogem do conflito. Keystone

Enquanto dura o frágil cessar-fogo entre as tropas russas e georgianas, a Cruz Vermelha Internacional e o governo suíço tentam levar sua ajuda às vítimas do conflito no Cáucaso.

O embaixador da Geórgia na ONU, Irakli Alasania, denunciou em Genebra os obstáculos que dificultam as ações humanitárias.

“Queremos ressaltar que os representantes das organizações internacionais e humanitárias não têm podido chegar aos territórios controlados pelas forças armadas russas, o que reforça as dúvidas quanto aos objetivos reais perseguidos pelos russos na Geórgia”, disse Alasania.

Já a Comissão Européia declarou que “o fim das hostilidades anunciado por Moscou não propiciou uma melhora do acesso para o pessoal de ajuda humanitária”. O órgão executivo da União Européia conclamou todas as partes a permitir “um acesso seguro e livre” às equipes internacionais.

De fato, a situação parece melhorar. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) , em Genebra, confirmou ter recebido luz verde das autoridades russas, georgianas e da Ossétia do Sul para atuar na província separatista, pivô da disputa entre a Rússia e a Geórgia.

Ajuda suíça

Presente na região desde 1993, a Agência Suíça para o Desenvolvimento e Cooperação (DDC, na sigla em francês) garantiu que pode trabalhar nas zonas em que se encontra a maior parte dos refugiados: na Ossétia do Norte e na região de Tbilisi, capital da Geórgia.

“Podemos trabalhar com as duas partes em conflito”, disse Andreas Stauffer, porta-voz da DDC. “A situação é muito difícil para as pessoas que fogem das zonas de conflito, à semelhança do que ocorreu durante a guerra civil de 1992”, acrescentou.

Segundo Stauffer, existem cerca de 12 mil refugiados na Ossétia do Norte e 10 mil na Geórgia, na região de Tbilisi. “O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR) estima que o número de refugiados internos oscila entre 60 mil e 80 mil.”

Stauffer destacou também que existe ainda um outro campo de refugiados no oeste da Geórgia, onde se encontram refugiados da Abecásia.

No momento, cinco funcionários da DDC trabalham nas ações humanitárias na região. A agência suíça dispôs-se a liberar uma ajuda de emergência de 270 mil francos suíços. “A água constitui a necessidade mais aguda, além de medicamentos, alimentos, barracas de campanha e camas”, disse Stauffer.

Ponte aérea

O CICV estabeleceu uma ponte aérea entre seu centro logístico em Amã (Jordânia) e Tbilisi, com um primeiro carregamento de 35 toneladas de produtos de primeiros-socorros. “Os próximos envios serão de alimentos”, informou a Cruz Vermelha.

“Já enviamos ajuda a 1.400 pessoas de 10 centros na região de Tbilisi. Também mobilizamos 17 médicos do CICV para ajudar seus colegas locais e atender os feridos”, disse Maia Kardava, porta-voz do CICV na capital da Geórgia.

Sem contar com dados confirmados, o CICV calcula que haja mil feridos em conseqüência do conflito nos hospitais georgianos.

swissinfo, Frédéric Burnand

A Agência Suíça para o Desenvolvimento e a Cooperação (DDC) iniciou suas intervenções humanitárias no Cáucaso meridional em 1993.

Atualmente seu programa, que abrange também a cooperação técnica, se estende à Geórgia, à Armênia e ao Azerbaijão.

Seus objetivos gerais são reduzir as disparidades socioeconômicas e respaldar o processo de transição para a democracia.

A DDC apóia, entre outros, as populações afetadas por conflitos territoriais e reforça a capacidade dos Estados para reagir a catástrofes naturais.

O Programa Alimentar Mundial (PAM) começou a distribuir mantimentos aos refugiados e alimentos para mais de duas mil pessoas.

O PMA colocou à disposição de outras agências humanitárias seu estoque de alimentos, que pode abastecer até 212 mil pessoas.

A Cruz Vermelha Internacional vai fretar um avião para transportar, entre outras coisas, uma unidade de tratamento de água e cisterna para abastecer 20 mil pessoas.

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