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Suíça quer ajudar na prevenção de novas catástrofes

Ajuda da Suíça também irá para outras cidades da região, como Teresópolis Keystone

Uma semana após o temporal que destruiu as cidades da região serrana do Rio, a população tenta se acostumar com a nova rotina no meio dos escombros.

Enquanto isso, autoridades brasileiras e internacionais se mobilizam para prestar auxílio às vítimas e evitar que a tragédia se repita.













O número de vítimas aumenta a cada dia na região serrana do estado do Rio, totalizando mais de 700 mortes na quarta-feira (19). No início da semana, o governo brasileiro decidiu criar um sistema nacional de alerta e prevenção de desastres naturais e prevê reestruturar a Defesa Civil, considerada mal preparada, em grande parte, no seu sistema de funcionamento.

O Brasil estima ter cerca de 500 áreas de risco de deslizamento e outras 300 propensas a inundações, que ameaçam a vida de cinco milhões de pessoas.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadantes, reconheceu que a implantação de um sistema eficiente de alerta e prevenção de desastres climáticos levará quatro anos e incluirá três áreas: previsão de chuvas, levantamento geofísico das áreas de risco e treinamento de pessoal e da população.

A Suíça enviou uma delegação de especialistas à Nova Friburgo para avaliar a situação do que deve e pode ser feito.

Prevenção de novas catástrofes

A ajuda suíça para a região deve se concentrar também nas três vertentes de prevenção de catástrofes climáticas planejadas pelo governo brasileiro.

Uma pequena delegação de especialistas do Corpo Suíço de Ajuda Humanitária chegou a Nova Friburgo na segunda-feira para avaliar as condições geológicas da região e determinar como será empregada a verba liberada pela Confederação Suíça para toda a região serrana.

Segundo Raphael Fessler, responsável da Associação Fribourg – Nova Friburgo (AFNF) – que também coordena na Suíça um fundo de auxílio para Nova Friburgo – a ajuda “vai se concentrar no financiamento de projetos ligados à reconstrução de escolas, hospitais e outras infraestruturas sociais, e principalmente na formação de pessoal para a prevenção nas zonas de risco”, disse à swissinfo.ch.

A solidariedade toma forma

A solidariedade dos suíços começa a tomar uma forma concreta. Na terça-feira (18), o cantão de Friburgo liberou 100 mil francos suíços e a cidade de Friburgo outros 30 mil.

Raphael Fessler espera que outros cantões da Suíça se solidarizem também com a tragédia da cidade serrana, lembrando que apesar do nome, Nova Friburgo também foi colonizada por suíços de várias regiões, principalmente do Jura, Valais e Solothurn.

O fundo de auxílio organizado pela AFNF será administrado no Brasil por responsáveis locais. Em declaração à swissinfo.ch, Maurício Pinheiro, diretor da Casa Suíça de Nova Friburgo, garantiu que “cada centavo recebido da Suíça será gasto exclusivamente nos projetos de reconstrução e prevenção, para isso uma conta especial será criada para facilitar a administração da verba”.

A partir de sexta-feira, a prefeitura de Nova Friburgo começa a cadastrar as famílias para o recebimento de auxílio-moradia. Segundo o coordenador da Defesa Civil de Nova Friburgo, citado pelo jornal “O Globo”, serão concedidas bolsas para o pagamento de aluguel ou pagamento da ajuda para famílias que receberem os desabrigados em suas casas.

“A chuva redesenhou a geografia”

A cidade ainda está longe de voltar à rotina. Apesar da luz ter sido restabelecida em 90% da cidade, ainda há cantos onde as pessoas recorrem a velas e colhem água da chuva para tomar banho.

“Não sei se a fé remove montanhas tão bem como a água que caiu há uma semana”, disse Maurício Pinheiro à swissinfo.ch, comentando que a chuva redesenhou a geografia do município de Nova Friburgo: “agora passa rio onde nunca passava, há montes de lama e lugares que foram aplainados pelo temporal”.

A tristeza aumenta mais ainda quando se percebe que as coisas não serão mais como antes. Nova Friburgo também teve devastada parte de sua história. Pelo menos 30% do patrimônio cultural e arquitetônico foram totalmente perdidos ou seriamente danificados, segundo Nelson Bohrer, presidente da fundação Pro-Memória da prefeitura de Nova Friburgo, citado pelo jornal “O Globo”. Igrejas, colégios, hospitais, praças, casas, esculturas e chafarizes estão entre os bens afetados.

Nova Friburgo localiza-se no centro-norte do estado do Rio de Janeiro, na Mesorregião do Centro Fluminense, a 22º16’55” de latitude sul e 42º31’52” de longitude oeste, a uma altitude de 846 metros, distando 136 km da capital fluminense. Ocupa uma área de 935,81 km².

Compreende os distritos de Riograndina, Campo do Coelho, Amparo, Conselheiro Paulino, Lumiar, São Pedro da Serra e Muri.

Sua população estimada no dia 1 de Agosto de 2010, de acordo com o Censo do IBGE era de 182.016 habitantes. As principais atividades econômicas são baseadas em: indústria de moda íntima, olericultura, caprinocultura e indústria (têxteis, vestuário, metalúrgicas e turismo).

É a segunda maior cidade da região atrás apenas de Petrópolis e a principal cidade de uma região que compreende cerca de 12 municípios do centro norte Fluminense, tendo influência em várias cidades da zona da mata mineira.

Nova Friburgo foi inicialmente colonizada por 261 famílias suíças entre 1819-1820, totalizando 1.682 imigrantes. O município foi batizado pelos suíços ganhando o nome de “Nova Friburgo” em homenagem ao cantão de onde partiram a maioria das famílias suíças, Fribourg (Friburgo em português, Fribourg em francês, Freiburg em alemão).

(Fonte: Wikipédia)

Na quarta-feira, o número de mortos de toda a região serrana chegou a 710.

Ainda há regiões onde a luz elétrica ainda não restabelecida.

Três técnicos suíços em catástrofes estão em Nova Friburgo para avaliação das necessidades.

O governo suíço vai liberar verbas de ajuda a toda a região serrana.

O Cantão (estado) de Friburgo liberou verba de 100 mil francos suíços.

A prefeitura de Friburgo liberou mais 30 mil francos suíços.

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