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Suíça recupera peso no cenário internacional

Calmy-Rey encontra em Davos Colin Powell, ministro das Relações Exteriores dos EUA. Keystone Archive

Em um ano no cargo, a ministra das Relações Exteriores, Micheline Calmy-Rey, mostrou que a diplomacia suíça tem algo a dizer.

Este conteúdo foi publicado em 18. dezembro 2003 - 15:59

Vários eventos foram importantes em 2003, entre eles a Iniciativa de Genebra para o Oriente Médio, com a proposta de paz entre palestinos e israelenses.

Em janeiro soprou um novo vento na diplomacia suíça: o Parlamento escolheu como novo chefe do Ministério das Relações Exteriores uma política socialista de Genebra, Micheline Calmy-Rey.

Com seu discurso franco e direto, a nova ministra virou tema preferencial das manchetes de jornal; muitas vezes, porém, de forma negativa. O termo “diplomacia pública” tornou-se sua marca registrada e, ao mesmo tempo, motivo de problemas.

Em fevereiro, Micheline Calmy-Rey foi criticada por ter sugerido a realização de uma conferência humanitária sobre o Iraque antes da guerra eclodir e sem consultar os outros seis ministros que formam o governo federal. Os americanos não aceitaram participar do evento e os iraquianos foram excluídos.

Na Conferência participaram apenas 21 organizações humanitárias e 29 países. Micheline Calmy-Rey defendeu-se, afirmando que o evento conseguiu unir pela primeira vez algumas ONGs e países.

O resultado mais positivo do encontro foi o reconhecimento de que, durante os preparativos de uma guerra, é necessário pensar na população civil.

Guerra

A grande maioria dos suíços foi contrária à guerra no Iraque. Em fevereiro, mais de 40 mil pessoas protestaram em Berna, o que é muito para o país. A Suíça criticou a decisão dos Estados Unidos de iniciar o conflito armado sem autorização da ONU.

Quando o exército americano e seus aliados invadiram o Iraque, a Suíça reiterou sua tradicional neutralidade. Porém o governo permitiu o sobrevôo apenas de aviões dos EUA no espaço aéreo em casos de transporte de material de ajuda humanitária ou de ações de reconhecimento.

Pela sua posição neutra, a Suíça foi criticada: como membro da ONU ela precisaria ter tido uma posição mais crítica em relação aos EUA.

O governo federal suíço mostrou-se dividido na questão da guerra. Pascal Couchepin, presidente atual da Confederação, lamenta a guerra, porém evita de criticar diretamente os americanos. Micheline Calmy-Rey declarou-se chocada com o conflito.

Os protestos contra a guerra do Iraque continuaram em todas as grandes cidades suíças.

Coréia

Ainda durante os combates no Iraque, Micheline Calmy-Rey realizou sua primeira grande viagem para conhecer as duas Coréias. Na ocasião, a ministra foi a primeira autoridade política a transpassar a linha de demarcação entre a Coréia do Sul e do Norte.

Calmy-Rey ofereceu também a mediação da Suíça no conflito internacional relacionado ao programa de armamento nuclear da Coréia do Norte.

De volta à Suíça, a ministra das Relações Exteriores comemorou o aniversário de um ano dos acordos bilaterais com a União Européia, que regulam a questão do comércio e da livre circulação de pessoas.

Pascal Couchepin, presidente atual da Confederação, encontrou-se com o presidente americano George Bush, durante o encontro do G-8 em Evian. Ao mesmo tempo, mais de dez mil manifestantes protestam em Lausanne e Genebra contra a reunião. Os violentos protestos provocam danos de milhões de francos e quebra-quebras no comércio de Genebra.

Genebra

Em dezembro, Genebra foi palco de dois importantes eventos internacionais.

O primeiro foi a “Iniciativa de Genebra”, um acordo informal de paz no Oriente Médio, cuja elaboração foi patrocinada pela Suíça. Suas principais propostas são a divisão de Jerusalém, a criação de um Estado palestino e uma sugestão para solucionar o problema dos refugiados e das colônias judaicas.

Logo depois Genebra abrigou a Cúpula Mundial da Sociedade de Informação (CMSI), o primeiro encontro internacional do gênero a se realizar na Suíça, desde que o país aderiu à ONU em setembro de 2002. Do encontro participaram representantes dos países, da sociedade e do setor privado.

A Suíça foi elogiada como organizadora por ter trazido para o evento representantes das ONGs e da sociedade. O resultado da conferência foi considerado um passo histórico na luta contra a “brecha digital” entre os países pobres e ricos.

Popularidade

A política de diplomacia pública de Micheline Calmy-Rey parece estar trazendo bons resultados. Sua popularidade na Suíça está em alta. Até mesmo a imprensa qualifica sua atuação no Ministério das Relações Exteriores como sendo “marcante”.

A recompensa ocorreu durante as eleições dos sete ministros em 10 de dezembro: Micheline Calmy-Rey foi confirmada no cargo pela grande maioria dos parlamentares.

swissinfo, Jonathan Summerton
traduzido por Alexander Thoele

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