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Suíça tem maior inflação dos últimos 15 anos

Preços da energia e dos alimentos subiram muito nos últimos 12 meses. Keystone

O custo de vida sobe em ritmo acelerado na Suíça. O aumento dos preços no país foi de 3,1% nos últimos 12 meses, informou o Departamento Federal de Estatísticas (DFE).

Trata-se do índice de inflação mais elevado registrado desde 1993, quando foi de 3,4%. Os preços do óleo para calefação, da gasolina e dos alimentos dispararam.

Considerando apenas a evolução de junho para julho, houve uma queda de 0,4% dos preços. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) atingiu 104,2 pontos em julho (dezembro de 2005 = 100 pontos).

Liquidações de julho

Essa oscilação para baixo é considerada normal; no ano passado foi até de 0,6%. O motivo é a queda dos preços de roupas e calçados de verão, que este ano recuaram 12,3%. Todos os demais itens custaram mais ou menos o mesmo que no mês anterior.

Já a gasolina e o óleo para calefação tornaram-se, respectivamente, 11,8% e 66,8% mais caros nos últimos 12 meses. Também os preços das passagens aéreas dispararam – 7,9% de junho para julho e 9,1% no último ano.

Os números da inflação de julho correspondem, a grosso modo, às expectativas dos analistas. Economistas do banco Credit Suisse prevêem que ela atingirá seu patamar máximo no segundo semestre deste ano.

Segundo o economista-chefe do Credite Suisse, Claude Maurer, o últimos dados não são alarmantes porque representam um choque temporário do preço do petróleo (147 dólares o barril em meados de julho) e de vários itens alimentícios. “Se o preço do petróleo continuar caindo, os preços ao consumidor também diminuirão”, disse à swissinfo.

Inflação recorde na Europa

Como a Suíça, também a Alemanha registrou em julho sua maior inflação nos últimos 15 anos, com uma taxa anual acumulada de 3,3%.

Em junho passado, a inflação na zona do euro havia atingido a marca recorde de 4%, enquanto os analistas haviam previsto um aumento dos preços de, no máximo, 3,9%.

Os principais prejudicados pela inflação alta são os trabalhadores. Na maioria dos países europeus, boa parte dos aumentos salariais obtidos nos acordos coletivos é corroída pelo aumento do custo de vida.

Corrosão dos salários

Na Suíça, por exemplo, tudo indica que os trabalhadores terão este ano uma perda real de seu poder aquisitivo. O aumento efetivo dos salários acertado nos acordos coletivos é de 2,2% (os salários mínimos, pagos a 855 mil pessoas, aumentam apenas 1,8%), enquanto a inflação prevista para 2008 é de 2,5%.

Diante da boa conjuntura econômica, houve uma crescente correção nominal dos salários nos últimos anos (2005: +1,6%, 2006: +1,8%, 2007: +2%), mas a inflação anulou grande parte desses ajustes.

O aumento nominal dos salários não significa muito, como mostra uma retrospectiva do Departamento Federal de Estatísticas. Entre 1990 e 2006, nominalmente, os salários aumentaram 34,2% na Suíça, mas o aumento real foi de apenas 6% no mesmo período.

swissinfo com agências

Previsões para a inflação na Suíça:

BNS: 2,7% (2008), 1,7% (2009)
BAK Basel: 2,4%, 1,6%
Instituto Econômico da Suíça (KOF): 2,6%, 1,4%
Secretaria Federal de Economia (Seco): 2,5%, 1,3%
Credit Suisse: 2,2%, 1,4%

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