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Suíça vai extraditar ex-ministro russo para os EUA

Evgueny Adamov está preso desde maio na Suíça. Keystone

As autoridades suíças decidiram extraditar o ex-ministro russo da Energia Atômica, Evgueni Adamov, para os Estados Unidos e não para a seu país. A Rússia também queria sua extradição.

Este conteúdo foi publicado em 03. outubro 2005 - 18:07

Acusado do desvio de 9 milhões de dólares, o ex-ministro tem 30 dias para recorrer da decisão ao Supremo Tribunal Suíço.

A Secretaria Federal de Justiça (OFJ) anunciou segunda-feira (03/10) sua decisão de extraditar para os Estados Unidos, atendendo à prioridade do pedido de extradição. O primeiro pedido foi feito por Washington e posteriormente a Rússia também requereu a extradição.

"O OFJ chegou à conclusão que todas as condições estão reunidas para a extradição de Evgueni Adamov para os Estados Unidos", afirma o comunicado divulgado em Berna. Só havia um ponto negativo no requerimento estadunidense: os delitos fiscais de que Advamov é acusado e que não são puníveis na Suíça.

Adamov está detido na Suíça desde maio, sob mandado expedido pelos Estados Unidos, onde é acusado de desvio de verbas, lavagem de dinheiro e fraude fiscal. A principal acusação é o desvio de mais de 9 milhões de dólares investidos pelos Estados Unidos para melhorar a segurança das instalações nucleares na Rússia.

Essa soma teria sido transferida a várias empresas americanas controladas por Adamov e posteriormente investida em projetos pessoais nos Estados Unidos, Ucrânia e Rússia. Além disso, ele teria dissimulado do fisco americano a existência desse dinheiro.

Evitar uma «lacuna chocante»

Moscou, que afirmava temer que Adamov revelasse segredos militares a Washington em caso de extradição, também requereu a extradição do ex-ministro da Energia Atômica. A Rússia também acusa Adamov de ter desviado recursos que deveriam ser investidos na segurança nuclear. Um especialista suíço do nuclear disse a swissinfo que hoje não há segredos no nuclear e que todo mundo sabe tudo.

O ex-ministro tem nacionalidade russa e não poderia ser extraditado para os Estados Unidos, se a Suíça desse prioridade ao pedido russo. "Poderia haver uma lacuna chocante no processo penal", afirmou o OFJ, para justificar sua decisão de ter atendido ao pedido dos Estados Unidos e não ao da Rússia.

No requerimento apresentado pela Rússia, os motivos expostos não são exatamente os mesmos contidos no pedido dos Estados Unidos. No entanto, ambos os documentos
tratam das mesmas infrações e de gravidade similar, nota o OFJ.

Expulsão possível para a Rússia

«No entanto, se foi dada a prioridade ao pedido dos Estados Unidos, Washington poderá expulsá-lo para a Rússia depois de terminado o processo penal e o cumprimento da pena, caso ele seja condenado na justiça estadunidense", segundo o comunicado. As autoridades suíças acreditam esse será o procedimento de Washington.

Essa decisão permitirá atender às exigências dos dois países em matéria penal, conclui o OFJ. Evgueny Adamov, que preferia ser extraditado para a Rússia, usou todas as vias jurídicas para tentar a liberação. Agora ele tem 30 dias para recorrer ao Supremo Tribunal Suíço (TF)

swissinfo com agências

Breves

- Evgueny Adamov foi ministro da Energia da Rússsia de 1998 a 2001, antes de ser acusado de corrupção por uma comissão parlamentar russa.

- Ele também é acusado pelos Estados Unidos de desvio de verbas destinadas a melhorar a segurança das instalações nucleares russas.

- A Rússia também apresentou um pedido de extradição à Suíça, acusando Adamov de fraude.

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