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Suíça visa acordo de livre-comércio com a Índia

O crescimento da economia indiana se reflete na bolsa de valores em Bombay. Keystone

A ministra da Economia Doris Leuthard foi em agosto. Agora a presidente da Confederação Helvética e ministra das Relações Exteriores Micheline Calmy-Rey viaja hoje à Índia, uma das novas potências asiáticas.

O objetivo da visita é negociar um futuro acordo de livre-comércio no contexto da Associação Européia de Livre Comércio. As negociações que começaram em dezembro de 2006 em Vaduz, acabam de ser concluídas com sucesso.

A conclusão de um acordo de livre-comércio com a Índia é possível e também desejável. Isso é o que foi constatado, pouco antes das eleições federais suíças (21 de outubro), pelos participantes de um encontro discreto realizado na Associação Européia de Livre Comércio (EFTA, na sigla em inglês), órgão internacional que agrupa os países da Europa ocidental que não são membros da União Européia.

O encontro ocorreu em Vaduz, capital do Liechtenstein. Ele reuniu especialistas governamentais de comércio exterior dos quatro países membros do EFTA – Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein – com representantes indianos.

Genebra em 3 de dezembro

O encontro em Vaduz foi a última etapa de um processo diplomático iniciado em 2006 e que deve terminar com a abertura próxima de negociações de livre comercio com o gigante indiano (1,2 bilhões de habitantes).

O conselho de ministros da EFTA se reúne, de fato, em 3 de dezembro, em Genebra, para discutir a questão. O ministro do comércio da Índia foi convidado a participar do encontro e as chances de uma decisão positiva são grandes.

Para a Suíça muita coisa está em jogo. Em 2006, as exportações suíças para a Índia totalizaram 1,9 bilhão de francos no ano passado, um aumento de 30% em relação aos números de 2005. Com o crescimento de mais de 9% nos dois últimos anos, a economia indiana é um parceiro especialmente importante para o país dos Alpes.

Swiss entre Zurique e Deli

É importante ressaltar que, apenas em 2007, dois membros do Conselho Federal (corpo de ministros que compõem o governo helvético) visitaram oficialmente a Índia. A ministra da Economia, Doris Leuthard, esteve no subcontinente em agosto. Hoje (5 de novembro), a presidente da Confederação Helvética Calmy-Rey inicia uma visita de Estado de três dias.

Nesse contexto a companhia aérea Swiss anuncia que, a partir de 25 de novembro, iniciará vôos regulares entre Zurique e Nova Deli, uma novidade que não passou despercebida no mundo aeronáutico.

O acordo previsto para ser firmado com a Índia terá uma aplicação extensa. Contrariamente aos que foram concluídos pela EFTA com os países da Europa central e oriental e os países mediterrâneos, ele vai além da simples livre circulação de mercadorias e do direito de patentes.

Em particular, ele terá disposições sobre os serviços (setor importante na Índia), investimentos e mercados públicos. Acordos desse tipo já foram concluídos com outros países como o México, Chile, Singapura e a Coréia do Sul.

O Japão na linha de mira

Independentemente da livre circulação negociada no contexto da EFTA, a Suíça segue sua própria política em relação aos países considerados importantes. Ela, por exemplo, iniciou no começo do ano negociações com o Japão. Segundo fontes governamentais, elas estariam na boa direção para a conclusão de um acordo.

Porém a Suíça não teve tanto sucesso com os Estados Unidos. No ano passado as negociações com o país foram interrompidas devido às fortes diferenças de opinião. Quanto à China, a Suíça gostaria de iniciar negociações o mais rápido possível. Já o gigante asiático não vê muita urgência no tema.

swissinfo, Michel Walter

Micheline Calmy-Rey, ministra das Relações Exteriores e atual presidente da Confederação Helvética, visita oficialmente a Índia de 5 a 8 de novembro de 2007.

Ela irá se encontrar com o presidente da Índia, Pratibha Devising Patil, o primeiro-ministro indiano Manmohan Singh e o ministro indiano das Relações Exteriores, Pranab Mukherjee.

Em Nova Deli, Calmy-Rey deve participar da abertura da Conferência Internacional sobre o Federalismo.

Em Hyderabad, ela tem visitas marcadas em diversos centros de formação em tecnologias da informação.

A Suíça tem um longo histórico de relações diplomáticas e econômicas com a Índia.

Em 14 de agosto de 1948, a Suíça foi o primeiro país a assinar um tratado de amizade com a Índia, pouco após a sua independência.

Desde 1961, a Suíça mantém na Índia um programa de cooperação para o desenvolvimento econômico.

Até 2010 o programa deve ser redimensionado, focalizando o trabalho mais nas áreas de energia, clima, ciência e tecnologia.

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