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Suíço não tem folga no Dia do Trabalho

Vários protestos foram organizados para comemorar o Dia do Trabalhador na Suíça: na foto, imagens do protesto em Berna. Keystone

No dia do trabalho, a Suíça mostra a diversidade do federalismo: o primeiro de maio não é feriado em muitos cantões.

Enquanto empresas demitem em massa e outras anunciam cortes de despesas, sindicatos recuperam o interesse dos associados e partem para a luta.

Primeiro de maio no mundo: enquanto os trabalhadores da maior parte dos países europeus descansam e comemoram seu dia, na Suíça se trabalha.

Devido às tradições federalistas, os 26 cantões são independentes para determinar seus próprios feriados. Apenas para seis deles, o 1° de maio é um dia de descanso: Jura, Ticino, Basiléia, Schaffhausen, Turgóvia e Zurique. Nos outros funcionários têm expediente normal.

Segundo a União dos Sindicatos Suíços (USS), o 1° de maio foi comemorado pela primeira vez na Suíça em 1890. Em 1910 já ocorriam mais de 96 manifestações de trabalhadores. “Anos depois tivemos no 1° de maio de 1919 o maior protesto na Suíça, em Zurique, quando 50 mil pessoas foram às ruas”.

Crise econômica torna sindicatos atraentes

A crise econômica que se iniciou com a queda nas bolsas de valores também atinge a Suíça. Muitas empresas estão sendo obrigadas a diminuir seus orçamentos e dispensar pessoal, dentre elas alguns pesos-pesados da economia como o banco Credit Suisse.

Nessa atmosfera de incertezas, também os trabalhadores suíços lembram-se dos seus sindicatos, que vivem atualmente um renascimento, depois de anos de letargia.

Uma das categorias mais ativas dos últimos meses é a dos trabalhadores da construção civil. Seu sindicato organizou em novembro de 2002 uma greve, que terminou obrigando os patrões a aceitar a aposentadoria aos 60 anos.

Em março de 2003, foi a vez dos funcionários da companhia de telecomunicação Orange. Depois que a direção da empresa anunciou o corte de 200 funcionários como solução para a difícil situação financeira, os sindicatos ameaçaram com um dia de greve e o bloqueio dos prédios da empresa. Pouco antes os patrões cederam às exigências e ofereceram um plano social para diminuir os prejuízos causados pela perda do trabalho.

Perda e recuperação de associados

Até um passado recente, os sindicatos suíços viviam um processo muito semelhante do vivido em quase todos os países europeus: as perdas crescentes do número de afiliados. A explicação encontrada na época era a individualização do trabalhador, que não se identificava mais com a velha bandeira de reivindicações sociais.

Com a crise econômica mundial, esse cenário de modificou: a União dos Sindicatos Suíços conseguiu estabilizar seu número de filiados e hoje tem 384.690 membros.

Apesar de organizações coligadas importantes como a Associação Suíça de Empregados do Setor Bancário (ASEB) terem perdidos mais de 8,9% dos seus membros, outros como a Unia, do setor de serviços, teve um aumento de 6% entre 2001 e 2002.

Para mostrar sua influência, a União dos Sindicatos Suíços organizou um protesto em Zurique, a maior cidade suíça. Com o bom tempo, mais de sete mil pessoas caminharam da praça Helvetiaplatz até a Bürkliplatz, onde estava programado um evento para encerrar a passeata.

swissinfo com agências

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