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Suíços do estrangeiro: migração tende a ser temporária

Aproximadamente 75% dos suíços do estrangeiro têm a dupla nacionalidade. Keystone

Mais de 700 mil suíços vivem no exterior, a maior parte deles na Europa.

Segundo a Associação de Suíços do Estrangeiro (ASO), a tendência atual para os membros dessa comunidade é emigrar por questões profissionais e por períodos limitados.

A estatística de suíços do estrangeiro registrada pelo Ministério das Relações Exteriores (EDA, na sigla em alemão) revela de forma minuciosa o número de membros dessa comunidade que vive fora das fronteiras helvéticas. Porém ela não revela os motivos da emigração nem o período em essas pessoas permanecem no exterior.

“Avaliamos que muitos emigram por questões profissionais”, declarou Ariane Rustichelli, porta-voz da ASO.

“Há dez anos existe uma clara tendência de emigrar somente por alguns anos e depois retornar à Suíça, em grande parte por questões profissionais ou para formação”, acrescenta Rustichelli.

O que chama a atenção dos observadores é o aumento relativo  das comunidades de suíços do estrangeiro nos países asiáticos. “Muitos procuram países de economia em crescimento para trabalhar”, avalia a porta-voz da ASO.

Aposentados – um preconceito 

“Obviamente existem aposentados que vão viver na Ásia, mas três quartos dos suíços do estrangeiro ainda estão em idade ativa, ou seja, entre os 18 e 65 anos. É um preconceito dizer que a maioria dessas pessoas está aposentada.”

Assim como a ASO, também o Ministério das Relações Exteriores constata que um número crescente de suíços que vão viver no exterior por curtos períodos. “Muitos emigram para melhorar o seu currículo ou concluir sua formação profissional por seis meses ou um ano, mas não para ficar definitivamente por lá”, acrescenta Jean-François Lichtenstern, responsável no EDA por questões ligadas aos suíços do estrangeiro.

Direitos políticos 

As estatísticas também mostram que 30 mil suíços emigram por ano e aproximadamente 25 mil retornam. Em 2011, o número de suíços registrados nas representações diplomáticas helvéticas no exterior aumentou em 8.517 pessoas, o que corresponde a um crescimento de 1,23%.

Mais forte foi o crescimento da quota de cidadãos suíços que se registram nas listas eleitorais: 5,5%. Com o registro, essas pessoas demonstram a  vontade de exercer seus direitos políticos no exterior. Atualmente 143.288 suíços do exterior estão registrados nas listas de seus cantões (estados) de origem.

Petição do voto eletrônico 

Frente ao número elevado de registros eleitorais, a ASO defende a introdução rápida do voto eletrônico. “Muitas vezes o voto por correio não funciona. A introdução do voto eletrônico é, do nosso ponto de vista, um passo incontornável no interesse de todos os eleitores e representa uma ferramenta indispensável para o futuro da democracia direta na Suíça”, escreve a ASO em comunicado à imprensa.

Para as comunas (municípios) e os cantões (estados) o voto eletrônico é “um avanço considerável e racional”, considera a ASO. “Dessa forma a contagem dos votos se automatiza e a análise dos resultados torna-se mais rápida e barata”. Finalmente, o voto eletrônico “é urgentemente necessário para atingir as futuras gerações de eleitores.”

A maioria dos suíços do estrangeiro (183.754) vive na França. Depois segue a Alemanha (79.050) e os Estados Unidos (75.637). O país com o menor número é São Tomé e Príncipe e a Micronésia, com apenas um representante da comunidade.

Para participar das votações ou das eleições federais, os suíços do estrangeiro devem se inscrever em um registro eleitoral. O voto deles é contado em seu último local de residência na Suíça ou na sua cidade de origem (lugar de onde surgiu seu primeiro antepassado).
 
Eles podem eleger e serem eleitos em todos cantões para a Câmara dos Deputados. Apenas 11 cantões concedem esse direito para o Senado.
 
Desde 1992 (introdução do voto por correspondência), a participação política da diáspora aumentou consideravelmente, chegando a 135.877 inscritos em 2011.
 
Nas eleições federais de 2007, a diáspora suíça apresentou 44 candidatos para a Câmara dos Deputados, mas nenhum conseguiu se eleger.

Fundada em 1916, a

Organização dos Suíços do Estrangeiro (OSE) representa na Suíça os interesses dos compatriotas expatriados. Ela é reconhecida pelas autoridades como a porta-voz da chamada

 5a. Suíça

O Conselho dos Suíços do Estrangeiro (CSE) é  o parlamento da 5a. Suíça. Ele se reúne duas vezes por ano – na primavera e durante o congresso anual dos suíços do estrangeiro.

Adaptação: Alexander Thoele

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