Suíços do estrangeiro discutem inovação
De 20 a 22 de agosto, a cidade de Winterthur recebe suíços de várias partes do mundo para o seu 82o congresso.
O tema do encontro anual é a política de inovação tecnologia e as estratégias para que a Suíça continue nos primeiros lugares dos índices econômicos mundiais.
A escolha de Winterthur para sediar o encontro anual dos suíços do estrangeiro não se deu por acaso.
A cidade, com 95 mil habitantes e distante apenas 20 minutos de carro de Zurique, é um exemplo das dramáticas transformações vividas pela Suíça nos últimos séculos. Por isso ela é o local ideal para debater o tema escolhido: “Inovação tecnológica: o desafio do futuro para a Suíça”.
Nos últimos 200 anos, Winterthur viveu o apogeu e declínio da indústria têxtil e posteriormente indústria mecânica. Hoje a cidade abriga empresas especializadas em alta tecnologia e serviços, como a Winterthur Seguros, uma das grandes multinacionais do ramo, com mais de 20 mil empregados.
Pouca competitividade
“Na opinião de muitos suíços que vivem fora, a Suíça é um país pouco competitivo e cada vez menos inovador”, afirma Rudolf Wyder, presidente da Organização dos Suíços do Estrangeiro (OSE).
Essa forma crítica de ver o país não é apenas um pressentimento, mas também uma confirmação dos dados econômicos: se a Suíça abriga um grande número de cientistas detentores do Prêmio Nobel, por outro lado o crescimento econômico dos últimos anos é considerado medíocre.
“Na Suíça a exploração econômica das inovações tecnológicas é considerada muito lenta em comparação com os mecanismos mais eficazes de outros países”.
Como muitos suíços do estrangeiro são pessoas bem posicionadas na economia e na pesquisa dos países que os receberam, eles têm ao mesmo tempo uma posição privilegiada para analisar os problemas atuais da Suíça.
A esperança dos organizadores do encontro em Winterthur é que o debate seja acirrado e útil até para aqueles que nunca imigraram.
Dentre as personalidades que já confirmaram a sua presença estão Micheline Calmy-Rey, ministra das Relações Exteriores da Suíça, e Bertrand Piccard, o aventureiro que deu a primeira volta ao mundo em balão sem escalas.
Acordos bilaterais em pauta
Paralelamente ao encontro, realiza-se também em Winterthur a reunião do conselho de suíços do estrangeiro, onde participam os representantes de cada comunidade suíça no exterior. O tema de debate desse ano serão os acordos bilaterais assinados entre a Suíça e a União Européia, além da nova lei de rádio e televisão e direitos populares.
No total, mais de 500 suíços de exterior já confirmaram sua presença em Winterthur. Além do encontro, estão programados passeios turísticos e outros eventos.
“Nesse ano planejamos diversas atividades para os filhos dos suíços do estrangeiro, sobretudo para que eles conheçam melhor suas próprias origens”, lembra Rudolf Wyder.
swissinfo, Christian Raaflaub
traduzido por Alexander Thoele
612.562 suíços viviam em 2003 no exterior.
Mais da metade dessas pessoas estavam em países europeus.
Observa-se um aumento contínuo dos suíços a viverem fora do país dos Alpes.
Organização dos Suíços do Estrangeiro (OSE) representa os interesses dos suíços de fora na Suíça.
As atividades da OSE são apoiadas por mais de 750 instituições culturais e sociais suíças no exterior.
A OSE existe desde 1916 e representa a chamada “Quinta Suíça”, em alusão às quatro culturas e idiomas existentes no país dos Alpes (alemã, francesa, italiana e reto-romana).
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