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Suíços protestam pela UE

Contra a Europa: desconhecidos pixam placa com símbolo europeu num povoado suíço. Keystone

Um grupo de 72 personalidades suíças publica hoje um manifesto pelo reinício das negociações de integração a União Européia.

Manifesto é promovido pelo Novo Movimento Europeu Suíço (NEBS). “Suíça não pesa na Europa”.

A vitória da direita nas eleições federais e o fortalecimento de políticos populistas como Christoph Blocher, parece estar promovendo a ressurreição dos grupos pró-europeus na Suíça.

A realidade é que não só a direita, mas também grandes partes dos suíços, não se simpatizam com a entrada da pequena Suíça no clube dos 25 países. Para muitos eleitores, a UE é um monstro burocrático, que mais cobrará da Suíça do que beneficiá-la, e onde o sistema de democracia direto e a neutralidade estão fadados a entrar nos anais da história política.

Para sacudir a população e mostrar que ainda existem suíços que acreditam na Europa, os partidários da integração resolveram mostrar suas bandeiras publicamente.

Com apoio do grupo “Novo Movimento Europeu Suíço (NEBS)”, um grupo de 72 personalidades suíças publica hoje um manifesto solicitando o governo federal a retomar, já no ano que vem, as negociações de adesão à União Européia.

Qualificando a Europa de “pátria da nossa pátria”, o texto critica os adversários da UE de “manter o povo na ilusão de que a Suíça garante melhor a sua soberania se isolando, do que participando das decisões européias”.

Dentre as personalidades que assinaram o documento se destacam artistas (o arquiteto Jacques Herzog, o escritor Peter Bischsel), políticos (Daniel Brélaz), empresários (o fabricante de chocolate Rolf Bloch e o empresário Ernst Thomke), professores de universidade e até mesmo um astronauta, Claude Nicollier.

Traumatismo pela derrota em 2001

“Nosso manifesto é destinado a dar um novo ponto de partida ao movimento pró-europeu, traumatizado desde a derrota no plebiscito “Sim à Europa” em março de 2001”, explica o antigo deputado federal Rudolf Friedrich e um dos assinantes no manifesto.

O texto do documento ressalta, dentre outros, que “a Suíça e a União Européia dividem o mesmo espaço, os mesmos valores e devem solucionar os mesmos desafios”, e que “a Suíça depende a cada dia da União Européia, porém sem estar pesando no seu processo de decisão política ou na sua evolução”.

Rudolf Friedrich critica o poder executivo, que “recusa a abrir as negociações de adesão à UE. O governo federal, mais cauteloso, já assinala na imprensa que pretende reiniciar o debate público quando os recém-eleitos parlamentares iniciarem os trabalhos da próxima legislatura.

swissinfo, Alexander Thoele

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