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Sucesso do passe-livre de trens na Suíça

O "GA" é um cartão útil num país onde os habitantes fazem, em média, 40 viagens de trem por ano. Keystone

Cada vez mais pessoas possuem o cartão "Generalabonnement", mais conhecido como "GA". Mais de 300 mil exemplares do passe-livre da Companhia Suíça de Trens já foram vendidos.

O cartão é válido não apenas para trens, ônibus, barcos e teleféricos, mas também em outras 150 empresas de transporte da Suíça.

Imagine um cartão mágico, que permita seu possuidor ir do norte ao sul de um país nos mais diferentes meios de transporte, sem precisar ter dinheiro no bolso para pagar as passagens. Ao apresentá-lo, todas as portas são abertas pelos controladores.

O que seria o sonho dos engenheiros de transporte em muitas metrópoles do mundo, já existe desde 1963 na Suíça. Trata-se de um produto oferecido pela Companhia Suíça de Trens (SBB, na sigla em alemão) com o nome de “Generalabonnement” (Assinatura Geral) ou “GA” para os mais familiarizados.

A peça azul de plástico lembra mais um cartão de crédito. Ela tem a foto do usuário, nome completo, data de nascimento e também a validade. Ela permite percorrer 23.500 quilômetros pela Suíça, a soma métrica do trajeto feito diariamente por trens, ônibus, barcos, bondes e até mesmo teleféricos da SBB e de outras 150 empresas de transporte do país.

O “GA” é tão suíço como o canivete e o chocolate. Sua popularidade se explica pelo fato da maioria dos trabalhadores helvéticos não morar na mesma localidade em que trabalha. Em média, um suíço faz 40 viagens de trem por ano, um recorde mundial. Só em 2005, a SBB transportou 275 milhões de passageiros. Poucos países no mundo podem exibir uma utilização tão intensa dos transportes públicos.

Sucesso do GA

Quando foi lançado pela SBB em 1963, o “GA” permaneceu durante muito tempo como um produto de nicho. A maior preferência do passageiro eram os bilhetes simples, comprados a cada viagem. No primeiro ano de uso, apenas 8.758 passageiros compraram o cartão. Em 1970, esse número se reduziu para 8 mil. Porém em 1989 houve uma pequena recuperação: 38.330 assinantes do “GA”.

A “explosão” das vendas ocorreu a partir do momento em que o processo de urbanização se acelerou na Suíça nas últimas décadas. O aumento do tráfego nas estradas, as fortes oscilações dos preços do combustível e mesmo a procura de conforto levaram o usuário a se interessar cada vez mais pelo passe-livre dos transportes públicos. A SBB conseguiu bater a marca de 220 mil assinantes do “GA” em 1989. Nesse ano, ela anuncia que pouco mais de 300 mil usuários já possuem o cartão.

Segundo a Federação do Transporte Público (VöV, na sigla em alemão), outro importante fator para o sucesso das vendas está na melhora da oferta. Ela dá o exemplo das estações de esqui de várias regiões suíças, que oferecem descontos consideráveis nos seus teleféricos para os possuidores do “GA”.

Preços elevados

O cartão “GA” dá mobilidade, mas também cobra o seu preço. O formato individual custa CHF 2.990 para segunda-classe e CHF 4.700 para a primeira-classe. Jovens entre 16 e 25 anos pagam CHF 2.200 (2. classe) e CHF 3.450 (1. classe). Idosos também têm desconto: CHF 2.250 (2. classe) e CHF 3.550 (1. classe). E até mesmo cachorros também precisam pagar se querem utilizar livremente os transportes públicos: o “GA” canino para a segunda-classe custa módicos 650 francos.

Além do cartão individual, a Companhia Suíça de Trens ainda vende “GAs” para outros grupos como casais, famílias e até mesmo para empresa. Nesse caso o cartão é transferível.

Apesar dos preços parecerem elevados, a comparação internacional com outros países vizinhos da Suíça mostra que o “GA” é um cartão relativamente barato. Na Áustria, o passe-livre para segunda-classe custa aproximadamente 2.630 francos. Já na Companhia Alemã de Trens, a “Deutsche Bahn”, o chamado “Mobility BahnCard 100” não sai por menos de 5.200 francos. Na França, a companhia estatal SNCF cobra 13.660 francos pelo mesmo produto. A enorme diferença de preços é explicada pela diferença de extensão da malha rodoviária entre esses países.

swissinfo, Alexander Thoele

– A Companhia Suíça de Trens (SBB, na sigla em alemão) deixou de ser estatal em 1999, para se transformar numa sociedade anônima, onde 100% das ações pertencem ao governo federal.

– Em 2005, a empresa transportou 275 milhões de passageiros e 58 milhões de toneladas de mercadoria.

O número de usuários do “Generalabonnement”, o passe-livre dos trens suíços, passou de 8.758 em 1963 para 300 mil em 2006.
Também conhecido como “GA”, o cartão permite o transporte em 23.500 quilômetros percorridos diariamente por trens, ônibus, barcos, bondes e até teleféricos na Suíça.
A Companhia Suíça de Trens vende passes-livres para vários grupos: individuais, casais, família, assinatura e especial.
O passe-livre individual custa CHF 2.990 para segunda-classe e CHF 4.700 para a primeira-classe.
Jovens entre 16 e 25 anos pagam CHF 2.200 (2. classe) e CHF 3.450 (1. classe). Idosos pagam entre CHF 2.250 (2. classe) e CHF 3.550 (1. classe).
Também cachorros têm o seu próprio passe-livre. Na segunda-classe ele custa CHF 650.

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