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Termina bem controvertida exposição nacional

Última visita à nuvem artificial em Yverdon Keystone

Expo.02 chega ao final. Evento foi tido como um espelho em que os suíços pudessem se olhar, "um convite à reflexão", uma amostra do que o país é capaz.

A controvertida exposição, que durou 5 meses e custou 1 bilhão de francos, acabou agradando a 90% dos visitantes.

Apenas concluída, em clima festivo, com uma profusão de música, fogos de artifício, risos e até lágrimas – alimentados por cerveja, vinho e mesmo caipirinhas – essa mostra já está entrando para a história como um grande evento nacional.

Teria ultrapassado as expectativas, embora seja difícil avaliar o impacto deixado. Se a exposição nacional, em 1964 marcou o início da sociedade tecnológica, e a precedente, em 1939, revelou a vontade de resistir ao nazismo, que significado teria a Expo.02?

A resposta que se tem dado até agora é que ela teria servido aos suíços para questionar o presente, indagarem sobre si mesmos, mostrarem de que são capazes e talvez vislumbrarem o que o futuro lhes reserva.

Divertimento

Essa “gigantesca máquinas de perguntas” – como a descreveu o jornal Tages Anzeiger, de Zurique – foi um brinquedo dispendioso, custando quase 700 milhões de dólares. E vai deixar um rombo de 400 milhões, aproximadamente.

Esses custos, e principalmente a desorganização inicial, deram muito que falar. Mas, no fim das contas, em um país rico como a Suíça, estima-se que valeu a pena essa mostra bastante divertida.

O aspecto lúdico prevaleceu, de fato, na maioria dos 38 pavilhões realizados na região dos Três Lagos (oeste), em 4 diferentes cidades: Yverdon, Neuchâtel e Biel e Murten. Muitos foram construídos diretamente sobre a água – denominados “artepraias” (art’plages, em francês).

“Contribuição histórica”

A registrar que durante a Expo, realizada de 15 de maio a 20 de outubro, ocorreram 1.500 espetáculos, na grande maioria musicais, e 10 mil criações artísticas.

Resta que a oferta agradou a 90% dos suíços que visitaram a mostra, ou seja, mais da metade dos habitantes do país, que conta 7.2 milhões de habitantes.

Uma das visitantes resumiu bem a situação nesta frase: “Acho que ela vai marcar nossas memórias. Tudo começou de maneira muito negativa e terminou em festa”.

O ministro suíço da Economia, Pascal Couchepin, vai mais longe ao afirmar que, realizando a Expo.02, “nossa geração conseguiu contribuir em algo para a história da Suíça”.

Desmontagem

O caráter efêmero da mostra fica patente com o início da desmontagem dos pavilhões, que ocorre já no dia seguinte ao encerramento.

Um ou outro pavilhão deve ser poupado no local onde ele foi contruído ou em outras partes da Suíça. Ainda não se decidiu, por exemplo, sobre o destino do magnífico e frágil “Monolythe” (Monolito), construído em Murten/Morat. Ele é uma obra do conhecido arquiteto francês Jean Nouvel.

A desmontagem deve durar até meados de 2004.

Swissinfo/J.Gabriel Barbosa

Ocorreram antes 5 exposições nacionais:
em 1883, em Zurique
em 1896, em Genebra
em 1914, em Berna
em 1939, em Zurique,
em 1964, em Lausanne. A próxima pode acontecer dentro de 25 anos.

A REGISTRAR:
Expo.02 nada tinha a ver com uma exposição industrial, gênero feira de amostras.

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