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Terremoto explicado 6 séculos depois

Industria química, em pleno centro, representa ameaça Keystone Archive

A cidade de Basiléia foi destruída em 1356 pelo mais devastador terremoto registrado na Europa Ocidental. Cientistas descobrem a falha responsável pelo desastre 645 anos depois e prevêem repetição do fenômeno num período que vai de 1500 a 2500 anos. Não podem determinar quando será o próximo, numa região que concentra indústria química e centrais nucleares.

A origem do terremoto que destruiu a cidade de Basiléia e dezenas de castelos e igrejas medievais num raio de 200 km do epicentro, a própria cidade, foi apontada por uma equipe de 3 cientistas, franceses e suíços.

Livro da época ajudou

Nas pesquisas, a equipe baseou-se em escritos de um padre de Avignon (Fra) que descreveu importantes rachaduras no solo na região de Basiléia na época do tremor de terra.

A falha ativa, que se caracteriza ao nível do solo por uma espécie de lombada, provocou três rupturas sucessivas. O resultado foi elevação da superfície terrestre de 1.8 m nos últimos 8.500 anos, segundo concluíram os especialistas.

A partir do Jura – serra entre Suíça e França – a falha se estende por pelo menos 8 km. Ela se prolonga rumo nordeste, atingindo os limites dos subúrbios de Basiléia. Estimam possível que continue rumo ao norte, na Alemanha.

Três sismos atingiram a região

Os três cientistas – Mustapha Meghraoui, da Universidade de Estrasburgo (Fran), o coordenador, Domenico Giardini, da Politécnica de Zurique e Peter Huggenberger, da Universidade de Basiléia – puderam determinar que a mesma falha explica a destruição de Augusta Raurica (nos arredores de Basiléia) no ano 250. E com o sistema de datação pelo carbono 14, chegaram à conclusão de que um terceiro terremoto atingiu a mesma região entre 850 e 6480 a.C.

O perigo continua

Os resultados da pesquisa, divulgados quinta-feira, 14/9, estão publicados na revista Science (veja link).

Toda atividade sísmica na região de Basiléia representa perigo inimaginável para a população européia numa região onde se concentra a indústria química suíça e funcionam usinas nucleares próximas. Terremoto comparável ao de 1356 provocaria também estragos avaliados entre 50 e 80 bilhões de francos (US$ 30 e 48 bilhões).

Os resultados da pesquisa, divulgados quinta-feira, 14/9, estão publicados na revista Science.

swissinfo com agências.

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