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Tesouro do Egito exposto em Basiléia

O sarcófago de Tutanthamon Keystone

Um fabuloso tesouro que inclui 50 peças do túmulo de Tutankhamon, o mais famoso faraó, pode ser admirado no Museu de Antiguidades de Basiléia, de 7 de abril a 3 de outubro.

Uma ocasião excepcional e única na Europa de ver de perto peças de valor inestimável.

São ao todo, 120 objetos que vão de sarcófagos, estátuas ou coroa de ouro a colares e jóias, passando por vasos, cetros, bastões, leques, espelhos e amuletos e estatuetas. Todos revelam o requinte da civilização egípcia, há mais de 3 milênios.

As 120 peças expostas em Basiléia foram escolhidas a dedo, sendo que 50 vêm do túmulo de Tutankhamon, encontrado no Vale dos Reis (Alto Egito) em 1922 pelo egiptólogo inglês, Howard Carter.

23 anos depois

Carter, por assim dizer, tirou sorte grande: o feito representou a mais extraordinária descoberta arqueológica de todos os tempos: cerca de 5 mil objetos, num local intacto.

Outras obras de arte da mostra foram retiradas de outros túmulos de reis da XVIII dinastia – XV e XIV séculos antes de Cristo. São, portanto obras que datam de mais de 3.300 anos e que se encontram em estado surpreendente de conservação.

Esse tesouro não havia saído do Egito há 23 anos. Parte do acervo do Museu do Cairo pôde, de fato, ser visto em 1967 em Paris, em 1972 em Londres, e, pela última vez em 1980/81 em na Alemanha.

Privilégio de Basiléia

Diante do perigo que representam manipulação e viagens para essas peças, lei egípcia chegou até a proibir saída delas do país.

Se hoje a mostra se realiza exclusivamente na modesta Basiléia, e não numa metrópole européia, é graças à obstinação do diretor do Antikenmuseum da cidade, Peter Blome que negociou durante mais de três anos com as autoridades egípcias responsáveis pelo setor que conseguiram até modificar uma lei no Parlamento.

Influenciou também no empréstimo das obras o cheque em branco que Blome recebeu do maior banco suíço, (cujo montante não foi revelado, mas pode oscilar em torno de 20 milhões de dólares).

Aliás nas negociações parecem mesmo ter sido influenciadas por cifras de 6 zeros. O empréstimo do tesouro pelo Museu do Cairo tornou-se possível pelo pagamento de uma soma de 4 milhões de dólares.

Só o transporte – em dois aviões especiais e embalagens individuais apropriadas – custou 1 milhão. Para não falar do seguro, de quase 650 milhões de dólares.

Interesse do público

Resta que Basiléia venceu a parada. Será a única cidade na Europa a expor esse tesouro. Numerosos objetos nunca saíram do Egito, insiste Peter Blome, realçando: “Jamais uma exposição reuniu tantas obras de arte de tanto valor”.

É, portanto, uma oportunidade única de vê-las de perto, sem precisar ir ao Egito. Interesse pelo mostra não falta. Dois dias antes da exposição, já estavam reservados 50 mil ingressos e 1200 visitas com guia.

Até 3 de outubro, com essa exposição intitulada “Tutankhamon – o Ouro do Além – o Antikenmuseum de Basiléia espera receber meio milhão de visitantes. Da Suíça e da Europa e de outras partes do mundo.

swissinfo, J.Gabriel Barbosa, Basiléia

– As 120 peças de valor inestimável, reunidas em Basiléia, são parte de fascinante tesouro funerário tirado dos túmulos de reis egípcios de há mais de 3 mil anos.

– É surpreendente o estado de conservação dessas obras de arte.

– A exposição vem alimentar o fascínio popular pelo mais famoso faraó cujo túmulo foi descoberto em 1922.

– Pouco se sabe do destino de Tutankhamon que continua um ilustre desconhecido, no bom sentido da expressão.

– A exposição de seis meses em Basiléia deve ajudar a desvendar um pouco mais o destino do monarca que morreu com menos de 20 anos.

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