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Torre de controle em Zurique comemora 25 anos

Controlador de voo na torre de controle do aeroporto de Zurique. swissinfo.ch

A torre de controle no aeroporto de Zurique acaba de completar 25 anos de funcionamento.

Nessa ocasião a Skyguide, a empresa de controle do tráfego aéreo na Suíça, abre as portas desse espaço onde são tomadas a cada segundo decisões das quais dependem muitas vidas.

O maior avião de passageiros do mundo, o Airbus A380 está parado no meio da pista no aeroporto de Zurique. O colosso da companhia Cingapura Airlines, com uma capacidade máxima de transportar até 853 passageiros, já espera há vários minutos autorização da torre de controle para poder decolar.

“O problema são os aviões que irão pousar na pista ao lado. Se uma dessas aeronaves precisar decolar de novo por alguma razão, pode ser perigoso”, explica Christian Wyler aos jornalistas presentes na torre. “Os pilotos do A380 farão uma curva à esquerda e podem, assim, cruzar a rota de um desses aviões”, completa o jovem controlador de voo.

Com o olho atento aos monitores à sua frente, Wyler analisa a movimentação de várias aeronaves. Na tela, elas aparecem como um bloco de números verdes em movimento em um fundo escuro. Alguns dos números indicam a altura em que se encontram. Minutos mais tarde o controlador dá a autorização e o A380 decola. Até da torre escuta-se o estrondoso ruído das suas potentes turbinas Engine Alliance GP7200. 

25 anos de olho na pista

O controlador é funcionário da Skyguide, a empresa estatal responsável pelo controle do tráfego aéreo na Suíça. Nessa manhã da quinta-feira (28/04) ela convidou a imprensa para uma coletiva sobre os 25 anos de funcionamento da moderna torre de controle no aeroporto de Zurique. Para entrar, até os funcionários necessitam passar por um controle de segurança como o dos passageiros e depois por várias portas com códigos e câmaras internas de TV.

Fotos históricas mostram como ela se desenvolveu. Se até 1949 a torre de controle era apenas um pequeno barracão de madeira, de 1956 a 1986 os controladores já trabalhavam em prédio de cimento. O aumento crescente do tráfego aéreo obrigou a criar mais espaço e visibilidade. Então, na noite de 28 de abril de 1996, os controladores assumiram seus postos na recém-construída moderna torre com 40 metros de altura e amplas janelas com vista para as pistas de pouso e decolagem.

Hoje, uma equipe de aproximadamente 70 controladores de voo trabalha em turnos no local, todos os dias do ano e 24 horas por dia apesar do aeroporto de Zurique não ter voos noturnos – ao contrário de vários aeroportos do seu porte na Europa, o de Zurique sofre com diversas limitações por estar em uma área densamente povoada. “Também temos de garantir voos noturnos dos serviços de salvamento ou de urgência”, afirma Pascale Kirtz, chefe da torre.

Segundo os responsáveis da Skyguide, a carga de trabalho dos controladores deve aumentar nos próximos anos. Desde a construção da nova torre há 25 anos, o tráfego no aeroporto de Zurique praticamente dobrou. Atualmente pousam e decolam no local mais de 700 aeronaves por dia. Só em 2010 foram aproximadamente 23 milhões de passageiros. Essa nova realidade requer uma formação cada vez mais complexa, além das exigências para o exercício profissional. 

Emprego bem remunerado

“A profissão de controlador de voo sofreu grandes mudanças nos últimos anos”, conta Pascale Kirtz, lembrando que alguns dos seus colegas antigos precisaram aprender o código Morse. Seu colega, o chefe de operações da Skyguide, Urs Ryf, ressalta que as condições técnicas melhoraram consideravelmente, mas a modernização acelerou-se nos últimos anos. “No futuro os controladores poderão enviar suas informações de forma eletrônica diretamente da torre à cabine dos aviões, e não mais por rádio como é o caso atual. Porém esse processo deve ainda levar mais ou menos dez anos.” 

Tanta complexidade exige também critérios mais rigorosos no momento da seleção dos novos controladores de voo. Um funcionário da Skyguide explica que apenas de 10% a 15% das candidaturas costumam ser aceitas. A maior dificuldade é passar na bateria de testes para avaliar as capacidades exigidas para a profissão: domínio do inglês, trabalho em equipe, capacidades de racionalização matemática e de espaço, memória curta, orientação, concentração e, sobretudo, saúde perfeita.

Aceito, o candidato faz um curso de três anos já recebendo salário. Um ano após receber o brevê, reconhecido internacionalmente, o controlador tem um salário anual de 137 mil francos (158 mil dólares). Devido ao estresse diário ao qual são submetidos, os controladores tem outras regalias como gratificações, mais dias de férias do que um trabalhador comum e o direito de se aposentar aos 55 anos de idade.

O estresse se explica por um simples fato: em poucas profissões um pequeno erro pode significar uma tragédia para centenas de pessoas. “Sempre pensamos que poderíamos estar no lugar do passageiro no momento em que damos instruções”, revela Pascale Kirtz.

Também conhecido internacionalmente pelo acrônimo ATCO (do inglês Air Traffic Controller), é a pessoa encarregada de separar o tráfego de aeronaves no espaço aéreo e nos aeroportos de modo seguro, ordenado e rápido.

Os controladores de tráfego aéreo trabalham emitindo autorizações aos pilotos, ou seja, dando instruções e informações necessárias dentro do espaço aéreo de sua jurisdição com o objetivo de prevenir colisões entre aeronaves e entre aeronaves e obstáculos nas imediações dos aeroportos.

Antigamente havia a denominação “controlador de vôo” a partir de cursos que levavam esse nome e que também existiam em outros países, mas com o tempo e com a crescente especialização dessa atividade, a denominação internacional “controlador de tráfego aéreo” é a tendência a ser utilizada. (Texto: Wikipédia em português)

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