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Trabalho é sinônimo de mobilidade e desigualdade

Mais de 70% das pessoas com função dirigente mudaram de profissão. swissinfo.ch

Na Suíça, quase metade das pessoas econômicamente ativas exerce hoje uma profissão diferente da que aprendeu inicialmente.

Baseado no último censo federal, um estudo confirma que os suíços não são iguais em matéria de formação profissional.

A mobilidade profissional está aumentando. Quanto mais diplomadas são as pessoas ou quando mais alto for o cargo que ocupam, mais elas mudam de atividade profissional.

Foi o que constatou o estudo “Formação e Trabalho”, feito pela Divisão Federal de Estatística (OFS) e publicado terça-feira (10/11).

“Mais de 70% das pessoas que ocupam cargos de direção mudaram de profissão pelo menos uma vez na vida”, precisa Ives Flückiger, um dos autores do estudo. 55% das pessoas coom formação universitária tiveram ou quiseram se reciclar.

Isso vem ocorrendo também porque “o sistema educativo soube se adaptar às novas exigências do mercado de trabalho”, afirma o sociólogo Hanspeter Stam, co-autor de um outro estudo recente intitulado “Evolução de Estrutura Social”.

Cada vez mais universitários

Entre 1980 et 2000, a proporção de pessoas com nível superior quase dobrou na Suíça, passando de 9,9 a 18,3%.

Portanto, ela ainda é insuficiente. As empresas ainda são obrigadas a contratar pessoal qualificado estrangeiro, acrecenta o sociólogo.

Os dados do censo 2000 confirmam esse fato. Dos imigrantes na Suíça que chegaram à Suíça nos últimos cinco anos, 38,5% têm nível universitário ou equivalente; entre os estrangeiros que residem no país há mais tempo, a proporção é de apenas 14,6%.

Formação contínua

As pessoas que não têm diploma universitário “são as que perdem na evolução atual”, constata Hanspeter Stamm. O risco delas ficarem à margem do mercado de trabalho é mais alto do que a média.

O sociólogo faz duas sugestões para preparar o futuro: continuar a desenvolver o sistema educativo de base e intensificar a formação permanente, cujo papel é qualificado de “decisivo” pelo estudo.

Jovens aposentados

Sem formação contínua, o risco é grande de sair do mercado de trabalho e ficar desempregado ou ter uma aposentadoria antecipada.

O número de assalariados orientados para a aposentadoria antecipada está em franca expansão. Em dez anos, a aposentadoria antecipada aos 64 anos passou de 31,8% (1990) a 48,4% (2000), para os homens.

Atualmente, a idade legal da aposentadoria é de 65 anos para homens e mulheres.

Desigualdade de oportunidades

O estudo publicado terça-feira demonstra ainda que a igualdade de chances de ter uma formação universitária ainda está longe.

Em 2000, uma criança de uma família com formação superior tinha cinco vezes mais de chance do que uma criança de uma família de operários.

Contudo, o professor Yves Flückiger constata “uma cerca abertura” das Altas Escolas Especializadas (HES) e do profissionalizante.

Tempo parcial

Outro fenômeno constato pelos dois estudos recentes foi o grande crescimento do número de pessoas que trabalha a tempo parcial. Em 1970, ela eram 12%, em 1990 19% e em 2000 25,9%.

A tendência indica a participação crescente das mulheres no mercado de trabalho porque elas são mais numerosas a optar pelo tempo parcial do que os homens, quando têm filhos.

Finalmente, a análisde de Yves Flückiger demonstra ainda que as pessoas com melhor formação trabalham mais facilmente como independentes.

Eles são 20,8 entre os universitários, 21% entre os diplomados de escolas especializadas e apenas 13,8% entre os que não foram além da escolaridade obrigatória.

swissinfo com agências

Mais de 70% das pessoas que ocupam cargos de direção mudaram de profissão durante a vida.
55% dos universitários quiseram ou tiveram de se reciclar.
Em 20 anos, o número de pessoas com diplomas universitários quase dobrou.

desigualdade frente à formação: uma criança cujos pais têm nível superior tem cinco vezes mais chance do que uma criança de família operária.

Jovens aposentados aumental: em 2000, 48% dos homens de 64 anos aposentaram-se por antecipação; eram 31,8% em 1990.


Trabalho a tempo parcial aumenta: 12% em 1970, 19% em 1990 e 25,9% em 2000.

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