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Trabalhos em família mas em projetos diferentes

Jair Oliveira no Festival de Montreux 2003 (MJF, direitos reservados). Foto: Festival de Montreux (direitos reservados)

Em entrevista exclusiva a swissinfo, Jair Oliveira e Luciana Mello explicam a diferença entre trabalhar em família e manter três carreiras separadas: as deles e a do pai, Jair Rodrigues. Os três estiveram no Festival de Montreux.

Jair Rodrigues está no 41° disco e, nos últimos anos, seu produtor é o filho, Jair Oliveira, 28 anos. Jairzinho também produz os discos da irmã, Luciana Mello. Jair Oliveira trabalha em duas frentes. Como músico e compositor e como engenheiro de som formado em Berkeley, nos Estados Unidos, uma das mais renomadas escolas de música do mundo.

Como é isso de tocar em família?

– Jair Oliveira: Olha a gente já trabalha junto em alguns aspectos da nossa carreira. Eu, por exemplo, sou produtor dos meus discos, dos discos da minha irmã e de alguns discos do meu pai também. Componho muito pra Luciana e componho pro meu pai. Sempre que surge uma oportunidade, a gente acaba fazendo shows na mesma noite, separados mas na mesma noite. Já fizemos isso algumas vezes no Brasil e, aqui, aproveitamos a oportunidade de fazer esse show mas é muito importante que que as pessas entendam que não é um projeto familiar. Cada um tem seu disco, sua carreira e seu show. A excursão em família também facilita as coisas porque trabalhamos mais ou menos com os mesmos músicos. Além disso, o Jair Rodrigues não precisa de apresentação mas eu minha irmã sim, pra depois, futuramente, a gente vir separadamente.

Como o público tem reagido a ver vocês três no palco?

– Acho que em todo lugar do mundo as pessoas valorizam muito a família. Então, para o público, também deve ser legal ver filho, filha e pai se apresentando um após o outro e depois juntos etc. Pra gente também é um negócio legal. Eu gosto muito de tocar junto com a minha irmã, com o meu pai, então é um clima familiar, muito legal, astra. Seria muito diferente se a gente tivesse vindo pra cá cada um com seu show e não se encontrasse.

– Luciana Mello: Foi muito legal saber que não só os brasileiros mas os estrangeiros também curtiram nosso som, apesar de muitas vezes não entenderem a língua mas entenderam a música, que é o que a gente gosta também. E tá muito legal viajar em família, mostrar cada um o seu trabalho e a muúsica brasileira pra outros lugares do mundo.

Vocês tem tocado em outros lugares mas Montreux tem alguma coisa de especial?

– Luciana Mello: Esse festival é algo muito importante pra música mundial, com todos os estilos e de todo lugar. Vimos, por exemplo, o show da Bethânia e do Gil e é muito bom saber que as noites brasileiras são muito requisitadas aqui, que os artistas são muito bem recebidos.

– Jair Oliveira: Puxa vida, esse festival é um negócio sério na vida de qualquer músico. Talvez seja uma das principais metas para todos os músicos poder tocar no palco de Montreux. Eu estou super feliz de já ter a oportunidade de estar aqui quando estou lançando apenas meu terceiro disco e as pessoas respeitarem o trabalho. Pra mim não há pagamento maior do que esse reconhecimento, justo aqui na Suíça, nesse festival que é certamente o mais importante festival de música do planeta.

swissinfo, Claudinê Gonçalves, Montreux

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