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UBS teve prejuízo de 20,8 bilhões de francos em 2008

Multa paga ao fisco dos EUA aumentou prejuízo do UBS em 2008. Reuters

O UBS corrigiu para cima os números de seu balanço publicado em fevereiro passado. O maior banco suíço diz que a situação dos mercados financeiros continua difícil.

De acordo com um relatório publicado nesta quarta-feira, o prejuízo do UBS no exercício financeiro de 2008 foi de 20,887 bilhões de francos (US$ 17,958 bi) e não de 19,697 bilhões (US$ 16,934 bi), conforme anunciado em fevereiro.

O principal motivo da diferença de 1,19 bilhão de francos em relação ao prejuízo anunciado em novembro foi o acordo fechado com o fisco norte-americano, que obrigou o UBS a pagar uma multa de 780 milhões de dólares.

Além disso, segundo a agência de notícias SDA, o Banco Nacional (Central) Suíço (SNB) definiu no início deste mês o valor dos títulos imobiliários que o UBS ainda não transferiu à sociedade criada para socorrer o banco. À exceção de aproximadamente 100 milhões de francos, as perdas resultantes dessas duas operações agora foram contabilizadas quase completamente no balanço de 2008.

Vencimentos menores para diretores



O relatório do UBS também mostra que a diretoria do banco teve vencimentos totais de 9,09 milhões de francos em 2008 – no ano anterior tinham sido 39,05 milhões. Somam-se a isso 2,1 milhões pagos a Peter Kurer (ex-presidente do conselho administrativo), Marco Suter e Joe Scoby, que deixaram a direção do banco.

Em 2007, os então três membros da diretoria – Huw Jenkins, Clive Standish e Peter Wuffli – tinham recebido 32,99 milhões de francos. Uma parte desse dinheiro foi devolvida.

Wuffli, ex-presidente executivo, devolveu 12 milhões de francos. Até o final de novembro, quatro ex-executivos anunciaram que renunciariam a um total de 45 milhões de francos (US$ 37,8 milhões) que, segundo seus contratos, teriam direito de receber do UBS.

Um ano sem bônus



O maior salário do UBS em 2008 foi do então presidente executivo Marcel Rohner, que recebeu 1,81 milhão de francos. No final de fevereiro passado, Rohner foi substituído pelo alemão Oswald Grübel, que estava aposentado depois de ter presidido o concorrente Credit Suisse. O relatório confirma que os diretores do UBS não receberam bônus no ano passado.

Segundo o documento, o conselho administrativo do banco teve vencimentos de 10,27 milhões de francos (em 2007, o grêmio havia tido remuneração de 11,47 milhões). O relatório lista os salários de 17 integrantes do conselho no ano passado – em 2007 eram 12.

Marcel Ospel, que deixou a presidência do conselho administrativo do UBS em abril do ano passado, ainda recebeu 834 mil francos em 2008. Alguns membros do conselho tiveram aumentos de vencimentos.

Situação dos mercados continua difícil



Em seu relatório, o UBS considera que a situação nos mercados financeiros continua difícil. O banco continuaria confrontado com mercados voláteis.

Por isso, as perspectivas de curto prazo seriam marcadas pela cautela. O banco reiterou que, em 2009, pretende aumentar sua força financeira com a redução de posições de risco e cortes de custos operacionais.

swissinfo com agências

Segundo uma pesquisa de opinião publicada nesta quarta-feira (11/03) pela Associação dos Banqueiros Suíços (SwissBanking), 91% da população suíça defendem a proteção da esfera privada em assuntos financeiros e 78% são favoráveis à manutenção do sigilo bancário.

Apesar da crise financeira e das perdas bilionárias dos dois grandes bancos suíços, UBS e Credit Suisse, a imagem geral dos bancos junto aos seus clientes não mudou significativamente na sondagem.

Os bancos continuam sendo vistos como sólidos e confiáveis e ocupam de novo uma posição de ponta entre os setores econômicos na Suíça.

A SwissBanking realiza desde 1995 uma pesquisa representativa sobre o setor bancário. Em janeiro passado, 1.004 pessoas entre 18 e 74 anos residentes na Suíça foram entrevistadas pelo Instituto MIS Trend.

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