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UBS vende UBS Pactual com “pequeno prejuízo”

Fim de pacto: UBS não quer mais o Pactual Keystone

O maior banco suíço anunciou a venda do prestador de serviços financeiros no Brasil (UBS Pactual) por aproximadamente 2,5 bilhões de dólares à BTG Investments de André Esteves.

A venda do Pactual, que havia sido comprado em maio de 2006, resultará em um “pequeno prejuízo” ao UBS, mas fortalecerá o capital próprio do banco, informa a institução financeira helvética.

Sob o comando dos dois novos “capitães” Oswald Grübel e Kaspar Villiger, o UBS acelera sua estratégia de enxugamento e se livra de mais um chamado “negócio de risco”: o Pactual será vendido por 2,8 bilhões de francos.

O negócio resultará em um “pequeno prejuízo”, mas aumentará o capital principal do UBS em 1,3 bilhão de francos e a cota de capital principal em 0,6%, segundo informou o banco.

A venda do Pactual é justificada com a estratégia de diminuir o perfil de risco, melhorar o balanço e reorientar o foco de negócios do UBS. Não se espera efeitos negativos da venda sobre as demais atividades, afirma o comunicado do banco.

O UBS pretende divulgar no próximo dia 5 de maio, no relatório financeiro do primeiro trimestre, detalhes sobre os efeitos da transação no Brasil. O preço da venda de US$ 2,5 bilhões (2,8 bilhões de francos) inclui pagamento em dinheiro e dívidas assumidas pela BTG.

Prejuízo de 400 milhões de dólares

A porta-voza do UBS, Sabine Jaenecke, disse à agência de notícias AP que a compra em maio de 2006 incluiu cerca de US$ 1 bilhão em dinheiro, o pagamento de US$ 1,6 bilhão dependente do desempenho em cinco anos, bem como de meio milhão de dólares a serem pagos ao pessoal no período de cinco anos.

Ainda não foi revelado quanto dinheiro em cash o UBS agora receberá pela venda do Pactual. Analista calculam que devam ser cerca de 600 milhões de dólares, o que, no final das contas, representaria um prejuízo de 400 milhões de dólares.

A retirada do UBS do negócio no Brasil aumentar em 60 pontos básicos a cota de capital principal do banco, acrescenta o comunicado. Na assembléia geral dos acionistas, na semana passada, o banco anunciou que essa cota no final do primeiro trimestre deve ser de cerca de 10% contra 11,5% no final de 2008.

Conclusão em meados do ano

Após a venda de sua “butique financeira” (como escreve o jornal NZZ), em 2006, André Esteves (que era presidente do Pactual) foi nomeado diretor do UBS para a América Latina. Mais tarde, ele foi encarregado para administrar as pendências mundiais do UBS resultantes crise hipotecária nos EUA.

Em junho de 2008, ele abandonou o “barco à deriva” e fundou a BTG Investments, que agora recomprou o UBS Pactual. A transação depende de luz verde das autoridades. O UBS espera a conclusão do negócio para meados deste ano.

O abandono do Pactual já havia sido discutido pelo UBS no início deste ano, quando a situação do maior banco suíço piorava rapidamente. Na época, o grande acionista Luqman Arnold sugeriu uma mudança de estratégia que incluía a venda dos negócios do UBS no Brasil e na Austrália.

A Bolsa de Valores de Zurique reagiu positivamente à venda do Pactual. Durante a manhã desta segunda-feira, as ações do UBS tiveram uma valorização de 1,8%, passando a valer 14,22 francos. Na semana passada, elas tinham se valorizado em 21%.

swissinfo com agências

No mês passado, o UBS anunciou que teve um prejuízo de 20,887 bilhões de francos suíços (US$ 17,958 bi) em 2008 – o maior prejuízo da história de um banco suíço.

O UBS é o banco europeu que acumula as maiores perdas relacionadas à crise do mercado de crédito de alto risco (50 bilhões de dólares).

O banco já recebeu injeções de capital de mais de 32 bilhões de dólares de capital de investidores, incluindo o governo suíço.

Nos últimos 18 meses, o banco anunciou o corte de 11 mil empregos.

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