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Uma suíça nos EUA que aposta na vitória de Obama

Americanos e até estrangeiros vêem Barack Obama como uma nova alternativa. Keystone

Déborah Fiaux tem a dupla cidadania suíça e americana e trabalha como professora em uma escola francesa de Seattle. Por muito tempo, ela não sabia em quem votar: Barack Obama ou Hillary Clinton?

Durante a convenção do Partido Democrata no seu distrito eleitoral próximo à Seattle, ela decidiu que o senador originário de Illinois era a melhor escolha. Uma reportagem swissinfo.

Antes de ir à escola, onde será realizada a convenção do Partido Democrata, Déborah Fiaux sente-se “orgulhosa de poder votar”. Apesar de saber que os dois candidatos têm suas qualidades, ela já se decidiu por Obama. “Eu confio mais nele”.

Na sua visão política, ele é o único capaz de trazer novos ares para a política no país. “E isso estamos precisando urgentemente. Quero dar-lhe essa chance”, declara.

Depois de oito anos de governo do presidente George W. Bush, essa dupla-cidadã suíça e americana sonha com uma verdadeira mudança ou “desenvolvimento” como ela, que imigrou em 2000 para os EUA, prefere se expressar.

Déborah concorda que, na sua decisão, os sentimentos tiveram um papel fundamental. “Obama tem um incrível carisma”, ressalta.

Já Hillary Clinton, considerada por ela como uma pessoa brilhante e competente, só irá “requentar” os velhos tempos. A ligação com os anos de governo do seu marido é muito forte. Obama seria mais progressista e suas idéias convenceriam melhor os eleitores como Déborah.

Grande afluência

É a primeira vez que ela participa nos Estados Unidos de uma convenção de partido. Ela chega pouco antes de uma hora da tarde na “Pacific Cascade Middle School”, a escola localizada trinta quilômetros a oeste de Seattle, onde está sendo realizada a convenção dos democratas nesse distrito eleitoral.

O estacionamento está lotado. Cerca de três mil pessoas se espremem na cantina da escola. “Eu nunca vi uma situação semelhante”, diz Fiaux. Ela mal chegou e já coloca na sua lapela um distintivo com a inscrição “Obama08”. No salão estão pendurados alguns cartazes do candidato e nenhum da Hillary Clinton.

Os eleitores são divididos segundos os sub-distritos ao redor de várias longas mesas. A afluência é grande. Também não há mais assentos. As pessoas começam a se reunir em pé em volta das mesas. O coordenador explica então o procedimento de voto.

“Esse sistema é realmente complicado”, afirma Fiaux depois de alguns minutos. Ela considera muito positivo o fato das pessoas se encontrarem para votar democraticamente, mas aqui tem gente demais, o que quase impossibilita esse exercício. “Isso aqui parece um bazar. Eu tenho a impressão que a votação em praça pública em algumas comunas suíças é muito mais eficiente”, brinca.

Voto secreto

As pessoas podem então se apresentar às listas: nome, data de nascimento, endereço, números telefônicos, e-mail e o nome do seu candidato favorito. As cédulas são então entregues. Qualquer um pode ver o que o outro votou. A maioria escolheu Obama.

Na mesa de Fiaux, 74 pessoas votaram em Obama, 24 na Hilary Clinton e três votos em branco. O coordenador da mesa pergunta se alguém deseja modificar sua escolha. Senão, o resultado passa a ser definitivo.

As pessoas começam a discutir. Um indeciso é identificado. Os vizinhos começam então a repetir o bordão em coro: “Vote em Obama”. A moça pega então a cédula do monte, apaga a escolha “indeciso” e escreve “Obama” no lugar.

De mesa a mesa os resultados são publicados. Obama tem uma vitória avassaladora. O balanço de Déborah Fiaux sobre o sistema eleitoral americano: “Um sistema antiquado, onde as convenções são caóticas e desorganizadas. Eu esperava mais debates entre as pessoas”.

swissinfo e Jean-François Schwab (SDA)

• Eleitores registrados nos 50 Estados e no Distrito de Colúmbia votam para presidente e vice-presidente na primeira terça-feira que se segue à primeira segunda-feira de novembro de um ano de eleição presidencial.

• Os candidatos que vencem o voto popular no Estado geralmente recebem todos os votos eleitorais desse Estado. (Tecnicamente, todos os elei­tores do colégio eleitoral com eles comprometidos são eleitos).

• O número de eleitores do colégio de um Estado é igual ao número de senadores e deputados desse Estado. O Distrito de Colúmbia, que não tem representação no Congresso, tem três votos eleitorais.

• Os eleitores se reúnem e votam oficialmente para presidente e vice presidente na primeira segunda-feira que se segue à segunda quar­ta-feira de dezembro de um ano de eleição presidencial. É ne­ces­sária maioria de votos para que um candidato seja eleito. Como há 538 eleitores no colégio eleitoral, é preciso um mínimo de 270 votos para vencer a eleição.

• Se nenhum candidato à presidência conseguir a maioria dos votos eleitorais, a Câmara dos Deputados irá escolher o vencedor entre os três mais votados no colégio elei­­toral. Assim, os membros da Câ­mara vo­tam por Estado e cada delegação estadual tem direito a um voto.

• Se nenhum candidato a vice-presidente obtiver a maioria dos votos eleitorais, o Senado deve escolher o vencedor entre os dois mais votados no colégio eleitoral.

O presidente e o vice-presidente prestam juramento e são empossados no dia 20 de janeiro seguinte à eleição.

Texto: Embaixada dos EUA no Brasil

Por coincidência, a divulgação do estudo sobre a pobreza, constatando que ela não recua, ocorreu no mesmo dia em que o Ministério das Finanças anunciou um superávit de 4,1 bilhões de francos, em 2007, no orçamento do governo.

São três bilhões a mais do que o esperado, essencialmento pelo aumento das receitas fiscais. Em editorial do dia 13.2, o Correio de Genebra destaca que o aumento da riqueza do país não reduziu a situação precária de uma parcela da população.

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