« Meu sonho é jogar na Itália e Espanha »

Todo jogador brasileiro que vem para o futebol suíço, espera mais cedo ou mais tarde - de preferência mais cedo - chegar a um clube europeu prestigioso. Eduardo sonha grande : com Barcelona, Real Madri…
Pelas características próprias, Eduardo acha que o futebol suíço é um bom trampolim…
Mesmo sendo uma espécie de plataforma de passagem, o processo de integração do jogador não deixa de ser lento. Até porque a maioria dos jogadores brasileiros que vêm para a Europa enfrenta problemas de adaptação. Adaptação ao clima, a estilos de vida e a culturas diferentes.
Caldeirão de culturas
A Europa é todo um continente, como todos sabem. Um continente com suas enormes diferenças de norte-a sul, de leste a oeste. O norte bem mais distante de nossos hábitos, de nosso idioma, de nossa cultura. O sul bastante mais próximo.
No meio a Suíça, que pela sua posição geográfica, pelo próprio clima e pelas suas diversidades lingüísticas – um verdadeiro caldeirão de culturas – pode ser, de fato, uma etapa interessante de integração no mundo europeu. No caso, integração pelo futebol.
Mesmo pouco expressivo em relação às grandes equipes, seja da Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha ou mesmo Portugal, os clubes suíços proporcionam boas oportunidades ao jogador brasileiro em busca de uma carreira na Europa.
E como há muitos olheiros, os verdadeiros craques acabam sendo contratados por outras equipes européias. Em geral de nível superior ao do futebol suíço.
O início do profissional do setor é menos fácil que se possa imaginar, constata Eduardo (Ribeiro dos Santos), 22 anos, natural de Teresina, no Piauí.
Futebol-força
É mais fácil sair de uma cidade com temperatura de 40 graus e chegar a Zurique com os termômetros marcando 5 graus abaixo de zero, como aconteceu com o jogador, do que adaptar-se a “um futebol de muita pegada, muita força”, segundo ele mesmo constatou de imediato.
Eduardo notou logo que “o toque de bola” não é prioridade no País. Na Suíça os treinadores exigem muito empenho físico mesmo nos treinos. E não há como fugir ao ritmo que desejam imprimir às partidas. É uma maneira de “se enquadrar”.
Não há tranqüilidade, como no Brasil que privilegia a técnica. Eduardo vê, no entanto, uma excelente ocasião de pegar o que há de bom dos dois lados: juntar técnica com a força só poderia dar bons resultados.
É assim que pretende evoluir e “chegar lá”, em clubes de prestígio da Itália e da Espanha. Até porque, sentencia, “todo jogador quer aparecer, quer jogar em clubes grandes”.
swissinfo/J.Gabriel Barbosa
“Eduardo” dos Santos Ribeiro
– Nascido em 05.08.80 em Teresina (PI).
– Começou no Flamengo do Piauí aos 17 anos
– Passou pelo Joinville (SC).
– Regressou à sua primeira equipe e veio para a Suíça em julho de 2001.

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