Nova esperança para pacientes de câncer de pele
Pesquisadores suíços desenvolveram uma nova combinação de tratamentos que pode ajudar a combater o câncer de pele em estágio avançado.
Durante dois anos, eles trataram 62 pacientes em nove hospitais suíços com dois medicamentos que tanto matam as células cancerígenas quanto impedem a formação de novos vasos do tumor.
Anualmente cerca de uma em cada dez pessoas na Europa Central contrai câncer de pele. Na Suíça, são aproximadamente 1.700 novos pacientes de um melanoma maligno por ano – de um total de 34 mil novos casos de câncer.
Cerca de 250 suíços morrem anualmente de câncer de pele. No total, o país tem em torno de 15 mil mortes por câncer por ano. O melanoma maligno representa cerca de 5% de todos os tipos de câncer e é uma das formas mais frequentes da doença no país.
Os pacientes em que o melanoma já espalhou metástases normalmente são tratados com quimioterapia, para impedir um avanço da doença. A cura nesse estágio é quase impossível.
Um estudo feito por cientistas do Grupo Suíço de Pesquisas do Câncer (GSPC) e apresentado esta semana no maior congresso europeu sobre câncer (Ecco – com 15 mil participantes) em Berlim, no entanto, lhes dá nova esperança.
Efeito positivo
Ele mostra que um tratamento com dois medicamentos anticâncer com distintos mecanismos de ação, após três meses, estabiliza o tumor em 58% dos pacientes e o reduz consideravelmente em 19,3%.
A equipe de especialistas chefiada pelo médico Roger von Moos, do Hospital Estadual de Chur (leste da Suíça), examinou o efeito da combinação entre o comprimido Temozolomide e o anticorpo monomolecular Bevacizumab.
Como os 62 pacientes foram observados apenas durante dois anos, ainda não há resultados de longo prazo disponíveis. Segundo um comunicado do GSPC, a terapia padrão com Dacarbazine só reduz o tumor em 10 a 12% dos pacientes.
“A meta do estudo, de conseguir uma estabilização do tumor em mais de 35% dos pacientes, foi superada. Agora esperamos bons resultados dos dados de longo prazo”, diz Roger von Moos.
Terapia padrão
Segundo a Liga Suíça contra o Câncer, o número de pacientes de melanoma dobra a cada sete anos. A irradiação solar é considerada a principal causa da doença.
Além disso, 5% a 10% de todos os melanomas malignos aparecem acumulados em famílias. Um terço dos pacientes tem menos de 50 anos. No Ocidente, esta é a forma mais freqüente de câncer entre mulheres de 20 a 40 anos.
O principal tratamento é a retirada cirúrgica do tumor em estágio precoce. Depois de terem se formado metástases na pele, nas glândulas linfáticas ou em órgãos internos, a cura é difícil.
Com cirurgia, quimioterapia, terapia imunológica, vacinação e radioterapia tenta-se conter o avanço da doença. Os dois medicamentos mais usados no tratamento padrão são o Dacarbazine ou seu derivado Temozolomid, informa o site da Liga Suíça contra o Câncer.
Geraldo Hoffmann, swissinfo.ch
Segundo dados divulgados no Ecco, em Berlim, 12,4 milhões de pessoas são confrontadas anualmente em todo o mundo com o diagnóstico de câncer.
Vinte e oito milhões de pessoas vivem com a doença. Em 2030, poderão ser 75 milhões, estimam especialistas.
Na Suíça, anualmente são diagnosticados 34 mil novos casos de câncer – 15 mil pessoas morrem em consequência da doença.
Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch
Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch
Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.