Política da droga “esquecida” no Conselho da Europa
A assembléia parlamentar deveria adotar um relatório que elogiava a política de redução de riscos da Suíça e da Holanda e criticava a política repressiva na Suécia e Grã-Bretanha. O Parlamento alterou o texto e os próprios autores votaram contra.
Uma comissão parlamentar do Conselho da Europa, em Estrasburgo, estudou a política da droga na Suíça, Suécia, Grã-Bretanha e Suécia.
Suíça e Holanda
Dois parlamentares suíços, o senador Dick Marty e a deputada Ruth-Gaby Vermot-Mangold, eram membros dessa comissão, cujo relator foi o britânico Paul Flynn.
O relatório, que deveria ser adotado pela Assembléia quinta-feira, 24, incitava os países membros a adotarem a política de redução de riscos praticada na Suíça e na Holanda.
Afirmava também que a política unicamente repressiva em vigor na Grã-Bretanha e na Suécia, não conseguiu reduzir o consumo de drogas. Preconizava medidas pragmática ao invés de dogmáticas e citava o exemplo da Suíça, “em que o número de mortes por drogas diminue desde 1994”.
Pragmatismo e dogmatismo
O confronto dogmático, no entanto, aconteceu dentro do próprio Parlamento, em Estrasburgo. Durante a sessão de quinta-feira, 24, o texto foi sofrendo emendas até esvaziar seu conteúdo. A tal ponto que até os membros da comissão Flynn votaram contra seu próprio relatório.
“Decimos votar contra depois dessa sabotagem”, afirmou o senador suíço Dick Marty. “Depois de tanto trabalho, estou louca de raiva”, declarou a deputada suíça Ruth-Gaby Vermot-Mangold.
“Vamos relançar o debate”, promete Dick Marty. “Esse relatório foi adotado, por unanimidade, em duas comissões antes de ir a plenário e isso é essencial”, concluiu o senador.
swissinfo com agências
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